Pesquisadores da King’s College de Londres anunciaram ter descoberto o primeiro tratamento para crises asmáticas em mais de 50 anos. Os responsáveis pelo estudo, publicado no The Lancet Respiratory Medicine, testaram o uso rotineiro de benralizumabe, já utilizado em casos mais severos da doença, em exacerbações de asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Leia também: Meu paciente apresenta eosinofilia, o que devo fazer?
De acordo com os pesquisadores, a descoberta partiu do entendimento de que nem todas as crises asmáticas e exacerbações de DPOC possuem a mesma origem, com diferentes partes do sistema imunológico desempenhando papéis diferentes. “Agora podemos ver que existem diferentes padrões de inflamação, podemos ser mais inteligentes e obter o tratamento certo, para o paciente certo, na hora certa”, afirmou a Profª. Mona Bafadhel, principal pesquisadora do estudo.
O tipo de exacerbação alvo do benralizumabe são as eosinofílicas que representam até 30% dos surtos de DPOC e quase 50% dos ataques de asma. Podendo se tornar mais frequentes à medida que a doença progride, levando a danos pulmonares irreversíveis
Segundo o estudo o tratamento desse tipo de exacerbação não passou por mudanças em mais de cinquenta anos, com os esteroides como a prednisolona sendo a base da medicação, podendo reduzir a inflamação, mas com efeitos colaterais graves. Além da possibilidade de falha no tratamento.
Entre os achados do estudo, a nova terapia com benralizumabe teve falha em apenas 45% dos casos, enquanto o índice entre pacientes em uso de esteroides chegou em 74%, além de maior possibilidade e precisarem repetir o tratamento e serem hospitalizados.
A utilização do medicamento em crises asmáticas ainda não está liberado e um novo estudo será iniciado em 2025 com previsão de durar dois anos
A professora Mona Bafadhel afirmou que espera que esses estudos mudem a forma como as exacerbações da asma e da DPOC são tratadas no futuro, “melhorando a saúde de mais de um bilhão de pessoas que vivem com asma e DPOC em todo o mundo”.
Veja mais: Asma, sintomas e tratamento [vídeo]
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.