A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) aprovou a inclusão do implante contraceptivo subdérmico de etonogestrel, o Implanon, na rede pública. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que confirmou a previsão de início da oferta já no segundo semestre de 2025.
Até então restrito à rede privada, onde chega a custar de R$ 2 mil a R$ 4 mil, o Implanon já era ofertado pelo SUS de forma limitada a mulheres com condições específicas, como HIV/AIDS, em privação de liberdade ou tratamento com aminoglicosídeos. Agora, a ampliação será destinada a todas as mulheres em idade fértil (até 49 anos), com foco inicial em 500 mil beneficiárias.
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O método
O Implanon é um bastonete de plástico flexível com 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, inserido sob a pele do braço. Ele contém 68 mg de etonogestrel, um derivado sintético da progesterona, que atua inibindo a ovulação e modificando o muco cervical, dificultando a entrada dos espermatozoides no útero. Sua ação tem duração de até três anos.
De acordo com dados internacionais, o implante apresenta índice de falha de apenas 0,5 para cada 1.000 usuárias, sendo mais eficaz que métodos como a vasectomia (1 a 1,5/1.000) ou o DIU hormonal (2/1.000).
Implementação e capacitação para uso do contraceptivo subdérmico
Com investimento previsto de R$ 245 milhões até 2026, o Ministério da Saúde estima distribuir 1,8 milhão de dispositivos, sendo meio milhão já neste ano. Após a publicação da portaria oficializando a incorporação, haverá um prazo de até 180 dias para a efetivação da oferta.
Esse processo incluirá a atualização de diretrizes clínicas, aquisição do insumo, distribuição e capacitação dos profissionais de saúde para inserção segura e adequada do implante. Segundo o ministro, a estratégia de implementação será gradual e acompanhada de capacitações teóricas e práticas.
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Cenário atual
O SUS já disponibiliza gratuitamente diferentes métodos contraceptivos, como:
- Preservativos masculino e feminino
- DIU de cobre
- Anticoncepcionais orais (combinados e de progestagênio)
- Injetáveis mensais e trimestrais
- Laqueadura tubária
- Vasectomia
A incorporação do implante contraceptivo subdérmico (Implanon) representa um avanço na ampliação da autonomia reprodutiva, oferecendo mais uma opção eficaz, segura e de longa duração para planejamento familiar no sistema público de saúde.
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