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Saúde3 setembro 2024

IAM: possível associação de risco com poluição sonora

Dois estudos apresentados durante o ESC 2024 falaram sobre poluição sonora e risco cardiovascular

Dois estudos que apontaram um possível impacto negativo da poluição sonora urbana sobre a saúde cardiovascular da população foram apresentados durante o congresso deste ano da European Society of Cardiology (ESC 2024). Para a ESC, a possibilidade de incorporar a poluição sonora na avaliação de risco cardiovascular tem o potencial de melhorar a previsão de risco, permitindo uma intervenção mais precoce para prevenção de infarto do miocárdio. 

IAM: possível associação de risco com poluição sonora

Imagem de vecstock/freepik

Estudo alemão 

Um dos estudos, batizado de DECIBEL-MI incluiu 430 pacientes da cidade de Bremen, na Alemanha, com 50 anos ou menos e infarto agudo do miocárdio internados em centro médico local.  

Os pesquisadores observaram uma exposição maior a ruído residencial entre esses pacientes em comparação com a população geral da região, ao mesmo tempo em que apresentavam uma pontuação baixa (≤ 2,5%) no modelo de risco LIFE-CVD (LIFEtime-perspective CardioVascular Disease).  

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“O estudo demonstra que o ruído urbano pode aumentar significativamente o risco de IM de início precoce em jovens com fatores de risco tradicionais baixos. Incluir a exposição ao ruído em modelos de previsão de risco ajuda a identificar com precisão os indivíduos em risco, levando a uma prevenção mais bem direcionada. Reconhecer o ruído como um fator de risco preenche uma lacuna crítica e ressalta a necessidade de estratégias de saúde pública para reduzir a poluição sonora, melhorando assim a saúde cardiovascular em populações jovens”, explicou o pesquisador do estudo, Dr. Hatim Kerniss do Gesundheit Nord Clinic Group. 

Estudo francês 

O outro estudo foi realizado na França e avaliou o impacto da exposição ao ruído ambiental no prognóstico após um primeiro IAM. 

 “No estudo ENVI-MI, encontramos uma forte associação entre a exposição ao ruído urbano, particularmente à noite, e pior prognóstico em 1 ano após um primeiro IAM”, explicou a pesquisadora do estudo, Professora Marianne Zeller da Universidade de Borgonha e Hospital de Dijon. 

Foram analisados dados de 864 pacientes hospitalizados por um IAM que sobreviveram pelo menos 28 dias após o evento. No acompanhamento de 1 ano, 19% apresentaram um evento cardiovascular adverso maior (morte cardíaca, re-hospitalização por insuficiência cardíaca, IM recorrente, revascularização de emergência, acidente vascular cerebral, angina e/ou angina instável).  

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Os níveis diários de exposição ao ruído medidos no endereço residencial de cada paciente foram avaliados como sendo de nível moderado. Com um aumento de 25% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores para cada aumento de 10 dB(A) no ruído durante a noite (razão de risco 1,25; intervalo de confiança de 95% 1,09–1,43), independentemente da poluição do ar, níveis socioeconômicos e outros fatores confundidores. 

Confira todos os destaques do ESC 2024! 

Autoria

Foto de Augusto Coutinho

Augusto Coutinho

Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).

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