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Entre janeiro e julho de 2018, o Brasil registrou 839 mortes por influenza, um aumento de 194,4% em relação ao mesmo período de 2017. O número de casos também cresceu esse ano: foram 4.680 infecções contra 1.782 em 2017. A maioria dos óbitos (60%) foi provocado pela gripe H1N1. Os dados são da mais recente pesquisa da Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde.
Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, em entrevista para o site G1, o aumento nos casos e óbitos pode ser atribuído a três fatores:
- A não adesão da população de risco à vacinação
- Tratamento tardio
- Mutação grande do vírus
PREVENÇÃO DA INFLUENZA
A vacinação contra influenza é uma das medidas mais efetivas para a prevenção da gripe e suas complicações. Apesar disso, a adesão às campanhas ainda é longe do esperado: em 2018, foram necessários mais de três meses para imunizar 90% da população de risco (em 2017, essa meta foi alcançada em três semanas).
Uma das principais reclamações dos brasileiros em relação à vacina é sua segurança. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que as vacinas inativadas contra influenza são seguras. A dor local é o evento adverso mais comum nos vacinados, não sendo encontradas evidências de que as vacinas atualmente em uso causem eventos sistêmicos graves, como febre alta ou Síndrome de Guillain-Barré (SGB).
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a 75% a mortalidade global e em 50% as doenças relacionadas à influenza.

Os grupos prioritários para vacinação são:
- Crianças de seis meses a menores de cinco anos;
- Gestantes;
- Puérperas;
- Trabalhador de Saúde;
- Professores;
- Povos indígenas;
- Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
- Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
- População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.
- Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independe da idade
SAIBA MAIS: Campanha de vacinação contra Influenza 2018
Outras maneiras de prevenção incluem lavar sempre as mãos e frequentar ambientes ventilados.
TRATAMENTO DA INFLUENZA
O período de incubação do vírus é de 1 a 4 dias, mas a transmissão já pode ocorrer a partir de 1º dia antes do início dos sintomas. Uma vez identificados os sintomas (febre alta e súbita, tosse, dor de garganta, dor no corpo, dor nas articulações e dor de cabeça) e diagnosticada a gripe, deve-se iniciar o tratamento. O mais apropriado é:
- Boa hidratação
- Repouso
- E uso do antiviral específico, sempre prescrito pelo médico.
É recomendado iniciar o antiviral imediatamente, especialmente fosfato de oseltamivir (Tamiflu®), nos casos de síndrome respiratória aguda grave, síndrome gripal, indivíduos sem risco para complicações e se o critério médico achar necessário e indivíduo de qualquer idade com insuficiência respiratória aguda em período sazonal.
Veja mais artigos da PEBMED sobre Influenza:
Referências:
- http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43002-vacinacao-contra-gripe-comeca-na-proxima-segunda-feira-em-todo-o-pais
- https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2018/07/19/brasil-tem-839-mortes-por-gripe-em-2018-governo-atinge-90-da-meta-de-vacinacao.ghtml
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