Embora não exista surto de sarampo no país atualmente, a Secretaria Estadual de Saúde emitiu alerta de aumento de risco para reintrodução de sarampo no país durante o verão, devido aos pontos de paradas de cruzeiro no litoral paulista no início da temporada.
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Preocupação por novos casos de sarampo
De acordo com a pasta de saúde, mesmo sem um surto no país, o crescimento de casos e surtos ativos da doença em diversas regiões do mundo “exige vigilância contínua e atenção à situação vacinal da população”. Em nota a secretaria recomendou que aqueles que embarcarão a turismo ou trabalho e quem for exposto a aglomerações devem ficar atentos para a vacinação para a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e “caso surjam sintomas suspeitos até 30 dias após a viagem, como febre, manchas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de tosse ou coriza ou conjuntivite, a orientação é procurar imediatamente um serviço de saúde, informar o histórico de deslocamento e evitar a circulação em locais públicos”.
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Panorama atual
Recentemente, a circulação sustentada do vírus do sarampo no Canadá por mais de 12 meses levou a Organização Pan-Americana da Saúde a retirar, no início de novembro, o certificado de eliminação da doença para todo o continente americano. A decisão reflete um cenário de rápida expansão dos casos em vários países, reacendendo o alerta epidemiológico na região. Até 7 de novembro, foram registrados 12.596 casos de sarampo em dez países, um número 30 vezes maior que o de 2024. Embora o Brasil figure entre eles, 95% das notificações se concentram no Canadá, México e Estados Unidos.
O Brasil registrou 38 casos em 2025, distribuídos por sete estados. Os maiores focos ocorreram em Campos Lindos (TO) e Primavera do Leste (MT), ambos iniciados pela chegada de viajantes infectados vindos da Bolívia, país que enfrenta surtos ativos. No Tocantins, foram 25 casos; em Mato Grosso, seis, e dois em São Paulo.
Atualmente, o Brasil possui certificado de país livre do sarampo, pois os casos registrados no território tem origem importada e não há circulação interna do vírus de forma endêmica. A cobertura vacinal apresentou melhora recente, o número de municípios que alcançaram a meta de 95% com as duas doses da tríplice viral subiu de 855 em 2022 para 2.408 em 2024. Contudo, as taxas gerais, em 2025, até o momento, estão em 91,5% (D1) e 75,5% (D2), abaixo do mínimo de 95% considerado seguro para barrar surtos. Crianças menores de 1 ano permanecem o grupo mais vulnerável a complicações graves, como cegueira, encefalite e morte.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
Autoria

Augusto Coutinho
Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).
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