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Saúde27 outubro 2020

Covid-19: Perda de olfato foi sintoma mais frequente apontado por estudo europeu

A perda de olfato foi o sintoma mais relatado por 2.013 pacientes infectados com a Covid-19 que participaram de um estudo recente publicado.

Por Úrsula Neves

A perda de olfato foi o sintoma mais relatado por 2.013 pacientes infectados com a Covid-19 que participaram de um estudo publicado na Annals of Internal Medicine. Segundo o artigo, 87,2% das pessoas ouvidas relataram algum nível de perda.

“Os resultados destacam a importância de considerar a perda de olfato e paladar no diagnóstico de Covid-19 leve a moderado. Cerca de 8% dos participantes foram hospitalizados, mas nenhum precisou de cuidados intensivos”, analisaram os autores.

A pesquisa foi realizada em 18 hospitais europeus, em diferentes países. Entre os pacientes analisados, 73,1% relataram perda completa do olfato, enquanto os 14,1% restantes apenas perda parcial. Segundo os autores, os indivíduos que indicaram perda no olfato tiveram o problema depois do aparecimento de outros sintomas da Covid-19. A duração média do sintoma foi de 8,4 dias.

O segundo sintoma mais frequente foi a cefaleia (70,1%). Mais da metade das pessoas, 1.136, relataram ter sentido problemas no paladar. Já a febre foi relatada por menos da metade (40,6%).

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Perda de olfato está entre os sintomas mais comuns da Covid-19

Como foi realizado o estudo

Os pesquisadores utilizaram um questionário online padronizado, onde coletaram dados clínicos e epidemiológicos de pacientes hospitalizados no dia da alta e de pacientes ambulatoriais após a resolução dos principais sintomas.

Foram avaliados os sintomas gerais e otorrinolaringológicos que se acreditam estarem associados à Covid-19 (usando uma escala de quatro pontos, de 0 para nenhum sintoma a quatro para sintomas graves). A avaliação olfativa e gustativa foi baseada em oito questões sobre o componente olfativo e gustativo do National Health and Nutrition Examination Survey.

Avaliações objetivas para disfunção olfatória foram realizadas em um subconjunto de pacientes que relatou perda total do olfato em um dos locais de estudo no momento do questionário.

Foi usado um teste de identificação olfativa padrão (Sniffin ‘Sticks [MediSense]), no qual foram apresentadas 16 canetas perfumadas para cada paciente cheirar a cada 30 segundos. Os pacientes foram solicitados a escolher o melhor termo entre quatro opções para descrever o aroma. O teste foi pontuado com base em um total de 16 pontos. De acordo com os resultados, os pacientes foram classificados como normóticos (12 a 16 pontos), hiposmóticos (9 a 11 pontos) ou anósmicos (<9 pontos).

Sintomas relatados pelos pacientes

Sintoma   Índice
Perda parcial ou total de olfato87,2%
Cefaleia70,1%
Entupimento nasal64,2%
Dores musculares61,8%
Coriza59%
Tosse58,4%
Problemas no paladar56,4%
Dor de garganta51,6%
Perda de apetite47,5%
Gotejamento pós-nasal47%
Dispneia46,2%
Dor no rosto/sensação de “peso”43,3%
Diarreia e dor abdominal42,3%
Febre40,6%
Dor nas articulações39%
Disfonia26,7%
Dor de ouvido25,3%
Disfagia20,6%
Náusea/vômito18,7%
Catarro14,4%
Dor no peito9,2%
Fonte: Annals of Internal Medicine

Entretanto, não foi encontrada ainda alguma relação entre a perda de olfato e a obstrução nasal.

“Estudos futuros são necessários para entender os mecanismos fisiopatológicos subjacentes à perda de olfato e o paladar durante a infecção de Covid-19”, analisaram os pesquisadores responsáveis.

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Limitações do estudo

Os cientistas também pontuaram algumas limitações no estudo.

Entre os pacientes que relataram problemas de olfato, um terço não teve esse problema constatado por um teste objetivo. Isso significa que um a cada três pacientes teve testes de olfato com resultados normais, apesar de ter relatado problemas.

Os pesquisadores acreditam que isso pode ter ocorrido porque as pessoas participaram do estudo depois de saber que tinham Covid-19. E, dessa forma, podem ter lido sobre os sintomas da doença e sido influenciadas pelas notícias.

Outra limitação é que os pacientes hospitalizados foram avaliados no momento da alta, o que pode ter influenciado a avaliação da duração dos sintomas.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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