O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública para verificar a possibilidade de incorporação do medicamento baricitinibe contra a covid-19. O tema recebe contribuições até o dia 24 deste mês.
O uso do medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já foi recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que considerou o uso do medicamento para o caso de pacientes adultos, hospitalizados e que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.
O baricitinibe já recebeu o registro no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide ativa moderada a grave e dermatite atópica de moderada a grave.
Mais sobre o baracitinibe
O medicamento age sobre o sistema imune, ajudando no processo de recuperação de quadros inflamatórios, graças a um mecanismo de inibição de uma espécie de enzimas chamada Janus quinase que atua na ativação da inflamação nas células do sistema imunológico, entre outras funções.
Vale ressaltar que o processo inflamatório é uma das causas do agravamento da covid-19. Embora a inflamação seja um mecanismo natural do organismo, quando exacerbada, ela pode levar ao agravamento da doença.
Estudos observaram que o uso do baracitinibe + terapia padrão contribuíram para uma redução significativa da mortalidade nos pacientes, quando comparado a aqueles que receberam apenas a terapia padrão.
Orientações da OMS
A OMS atualizou em janeiro as diretrizes sobre os medicamentos recomendados para o tratamento de pacientes com a Covid-19. Segundo o documento elaborado por especialistas, o medicamento contra covid-19 passou a ser altamente recomendado para pacientes em estado grave ou crítico pela enfermidade.
No início de dezembro, a Anvisa informou em nota sobre a inclusão de eventos adversos graves na bula do medicamento. A alteração acrescentou a advertência e a precaução para a ocorrência de eventos cardiovasculares adversos maiores e a atualização sobre a ocorrência de tromboembolismo venoso e câncer, incluindo linfoma.
De acordo com a agência, os eventos adversos foram identificados a partir de estudo clínico e retrospectivo que avaliou pacientes em tratamento para artrite reumatoide.
O Ministério da Saúde tem acelerado as solicitações de análises pela Conitec referentes aos medicamentos para o tratamento da Covid-19. A pasta tem acompanhado as mais recentes publicações científicas e realizado reuniões com empresas produtoras dessas tecnologias para agilizar o processo de submissão de demandas à Comissão. Até o momento, a Conitec analisou sete medicamentos para o tratamento da enfermidade.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
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