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Saúde13 março 2025

Calor extremo afeta saúde a curto e longo prazo 

Pesquisas recentes indicam que o calor pode acelerar o envelhecimento biológico, afetando a saúde, especialmente entre adultos mais velhos 
Por Roberta Santiago

O calor intenso tem sido uma preocupação crescente no Brasil, especialmente nas grandes cidades como o Rio de Janeiro, onde, apenas nos dois primeiros meses de 2025, mais de 5 mil pessoas buscaram atendimento médico devido às altas temperaturas. Pesquisadores do Departamento de Epidemiologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) alertam para os impactos a curto e longo prazo da exposição ao calor excessivo, que não afeta apenas a saúde imediata, causando sintomas como desmaios e insolação, mas também exige um esforço constante do corpo, prejudicando o sistema cardiovascular e renal. 

Em 2023, o caso da universitária que faleceu por exaustão térmica durante um show exemplifica os riscos graves. O calor também pode agravar doenças crônicas e aumentar o risco de problemas de saúde a longo prazo, como hipertensão e problemas cardíacos. Para os trabalhadores informais, como entregadores e vendedores ambulantes, a exposição prolongada ao sol é uma realidade difícil de evitar, especialmente durante períodos de alta demanda, como foi no Carnaval. 

Leia ainda: Pesquisa aponta relação entre calor extremo e maior mortalidade

Danos permanentes pelo calor

Pesquisas recentes indicam que o calor pode acelerar o envelhecimento biológico, especialmente entre adultos mais velhos. Um estudo da University of Southern California revela que idosos expostos a frequentes ondas de calor extremo podem envelhecer até 14 meses a mais do que aqueles que vivem em regiões mais frescas, devido às alterações genéticas causadas pelo calor intenso. 

Diante desse cenário, especialistas sugerem que as cidades adotem soluções mais eficazes, como sistemas de climatização e a construção de infraestrutura adaptada ao novo clima. As mudanças climáticas não são mais algo para o futuro, mas uma realidade presente, que exige adaptação. 

Além da saúde 

Além dos impactos diretos à saúde, o calor intenso tem consequências sociais e econômicas. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) tem intensificado ações para enfrentar esses desafios, como o Programa Cidades Verdes Resilientes, que prepara os municípios para os efeitos da mudança climática, com foco em arborização urbana e infraestrutura sustentável. 

De acordo com o MMA, as ondas de calor têm se tornado mais frequentes e intensas devido ao aquecimento global, com previsão de mais eventos extremos nos próximos meses. O Ministério da Educação também está se preparando para fornecer ventiladores e sistemas de climatização em escolas, a fim de proteger alunos e funcionários durante os períodos de calor extremo. 

Impacto diferenciado 

A população, especialmente os mais vulneráveis, deve estar atenta aos sinais de alerta do calor, como tontura, fraqueza e náuseas. Recomenda-se hidratação constante, uso de roupas leves, chapéus e óculos escuros, além de evitar exposição ao sol entre 10h e 16h. 

Crianças e idosos são particularmente suscetíveis aos efeitos adversos do calor excessivo. As crianças têm dificuldade em regular a temperatura corporal e podem se desidratar mais rapidamente que os adultos. Já os idosos, devido a alterações fisiológicas relacionadas à idade e ao uso de certos medicamentos, têm menor capacidade de resposta ao calor e são mais propensos a complicações causadas pelo aumento da temperatura corporal. 

Já os idosos sofrem com a diminuição natural da sensação de sede, redução na capacidade de reter água e maior vulnerabilidade a complicações devido a condições crônicas e alterações na homeostase. 

Recomendações 

Para se proteger, é recomendável beber água regularmente, mesmo sem sede; evitar exposição ao sol entre 10h e 16h; usar roupas leves, chapéu e óculos escuros; refrescar-se com banhos frios e toalhas úmidas; e nunca deixar pessoas ou animais em veículos fechados. Para os trabalhadores, a recomendação é procurar áreas cobertas e ventiladas, além de interromper as atividades quando necessário.

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Referências bibliográficas

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