A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu suplementos alimentares contendo ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata), alegando que a planta não é autorizada como ingrediente nesses produtos. A decisão não afeta o consumo ou a comercialização da planta in natura, tradicionalmente utilizada na alimentação em estados como Goiás e Minas Gerais.
Para que um ingrediente seja aprovado em suplementos alimentares, é necessário que empresas interessadas apresentem avaliações científicas comprovando sua segurança e eficácia. A Anvisa ressalta que suplementos não são medicamentos e, portanto, não podem alegar propriedades terapêuticas, como tratamento ou prevenção de doenças; eles destinam-se a complementar a alimentação de indivíduos saudáveis.
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A ora-pro-nóbis é uma planta trepadeira comestível, considerada uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC), rica em proteínas, fibras, ferro, cálcio e vitaminas A e B3. Pode ser consumida de diversas formas, como em saladas, sopas, refogados e chás. Entre seus benefícios, destacam-se a promoção da saciedade, melhora do funcionamento intestinal, fortalecimento do sistema imunológico, prevenção da anemia e manutenção da saúde ocular.
No entanto, nutricionistas alertam que a ora-pro-nóbis pode conter compostos que, em concentrações inadequadas, podem interferir na absorção de nutrientes ou causar efeitos adversos, como os oxalatos, associados à formação de cálculos renais.
A Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) reconhece o alto teor proteico e o perfil nutricional da ora-pro-nóbis, mas enfatiza que são necessários mais estudos científicos para validar seu uso em suplementos alimentares, especialmente em consumos frequentes e em altas concentrações.
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