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Saúde28 maio 2025

Águas residuais podem ajudar a monitorar vírus HPV 

Estudo feito no Uruguai mostrou que o monitoramento do vírus HPV pode ser útil em países com dados epidemiológicos limitados  
Por Redação Afya

Estudo com águas residuais realizado em Salto, Uruguai, encontrou genótipos do Papilomavírus Humano (HPV) em esgoto urbano. Essa descoberta mostra que o monitoramento de águas residuais pode ser uma ferramenta útil para obter informações sobre o HPV, vírus comumente associado a infecções sexualmente transmissíveis.  

O HPV é um vírus que afeta a pele e as mucosas e é a principal causa do câncer do colo do útero, sendo detectado em 99% dos casos. Dos 200 genótipos de HPV conhecidos, apenas alguns estão relacionados com câncer do colo do útero, como os genótipos 16 e 18.  

Países de baixa e média renda possuem a maior prevalência desse tipo de neoplasia e a maior taxa de mortalidade causada por ela. Nesses países, onde os dados epidemiológicos são escassos, o monitoramento de águas residuais pode trazer informações úteis sobre o HPV, ajudando principalmente na prevenção da doença. 

Saiba mais:Efeito da vacina contra HPV na infecção e recorrência após tratamento cirúrgico

Após a descoberta, os pesquisadores esperam que esses resultados possam incentivar mais estudos epidemiológicos e estratégias para prevenção dos cânceres ligados ao vírus HPV, especialmente do câncer de colo uterino.  

As águas residuais têm sido objeto de muitos estudos para determinar a saúde uma população. No caso do HPV, a presença do vírus no esgoto pode ter vindo da lavagem da pele, da urina ou de fezes.  

Águas residuais podem ajudar a monitorar vírus HPV 

Imagem de freepik

O estudo 

Os cientistas que realizaram o estudo coletaram amostras mensais, entre setembro de 2022 e agosto de 2023, do sistema de esgoto, que cobre 86% da cidade. 

A análise genética detectou a presença do vírus em 75% das amostras, e o sequenciamento de DNA identificou 28 genótipos. Destes, oito eram de alto risco para o câncer do colo do útero, como os genótipos 16 e 18. Outros seis genótipos encontrados eram de baixo risco, como o 6 e 11 que são associados a verrugas genitais. Outros eram genótipos gerais.  

O estudo também analisou 140 amostras clínicas de exames de Papanicolau feitas com pacientes da cidade. Nas amostras, foram encontradas 63 (45%) positivas para HPV, e foram detectados 21 genótipos: nove de alto risco, cinco de baixo risco e sete gerais. Os pesquisadores observaram que os quatro genótipos mais prevalentes nas amostras clínicas (6, 16, 31 e 66) também estavam presentes nas amostras de águas residuais. 

Prevenção do HPV

No Uruguai, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente a todas as pessoas entre 11 e 26 anos, independentemente do gênero, mas não faz parte do plano de vacinação obrigatório. 

Já no Brasil, a vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada principalmente para meninas e meninos de 9 a 14 anos.  

Leia mais: Brasil amplia vacinação contra HPV e reforça imunização de jovens 

O exame preventivo contra o HPV, o papanicolau é um exame ginecológico preventivo que identifica lesões precursoras do câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. A detecção precoce é fundamental para prevenção e tratamento eficaz dos casos.

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Referências bibliográficas

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