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Saúde27 setembro 2024

Acidentes com serpentes no Brasil batem recorde

Em 2023, o Brasil registrou 341.806 acidentes envolvendo animais peçonhentos

O Brasil registrou um aumento significativo de acidentes com animais peçonhentos em 2023, com destaque para as picadas de serpente. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram mais de 32 mil casos, representando um crescimento preocupante em relação ao ano anterior.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que anualmente cerca de 100 mil pessoas sejam vitimadas fatalmente pelas picadas, enquanto 400 mil sofram com sequelas permanentes, como como amputações e outras deficiências permanentes.

Saiba mais: Guia rápido do atendimento à mordedura no plantão

Por ser um problema de saúde pública que afeta principalmente populações economicamente vulneráveis, o ofidismo passou a ser reconhecido como uma das doenças tropicais negligenciadas (DTNs) pela organização.

No Brasil, o SUS garante o acesso gratuito aos soros antiveneno produzidos pelo Instituto Butantan, que é referência mundial na produção desses imunobiológicos. No entanto, a prevenção continua sendo fundamental para evitar acidentes com serpentes.

Acidentes com serpentes no Brasil batem recorde

Sinais e sintomas

Os principais sinais e sintomas variam de acordo com o tipo de serpente envolvida no acidente, abaixo segue um resumo do Ministério da Saúde sobre os principais tipos:

Jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, comboia e cruzeira:

  • A região da picada apresenta dor e inchaço;
  • Às vezes com manchas arroxeadas (edemas e equimose) e sangramento pelos pontos da picada, em gengivas, pele e urina;
  • Pode haver complicações, como grave hemorragia em regiões vitais, infecção e necrose na região da picada, além de insuficiência renal.

Cascavel, boicininga, marabóia, maracaboia e maracá:

  • O local da picada muitas vezes não apresenta dor ou lesão evidente, apenas uma sensação de formigamento;
  • Pode ocorrer dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento (fácies miastênica);
  • Visão turva ou dupla;
  • Mal-estar;
  • Náuseas;
  • Cefaleia;
  • Dores musculares generalizadas e urina escura nos casos mais graves.

Surucucu-pico-de-jaca:

  • Quadro semelhante ao acidente por jararaca;
  • A picada pela surucucu-pico-de-jaca pode ainda causar dor abdominal, vômitos, diarreia, bradicardia e hipotensão.

Leia também: Acidentes com animais aquáticos: o que fazer e o que não fazer

Primeiros-socorros

Em caso de acidente, é importante lavar a região da picada com água e sabão, manter o local da picada em posição confortável, levar a vítima imediatamente para atendimento médico e jamais aplicar qualquer outro tipo de substância (álcool, borra de café, vinagre, urina etc.) ou fazer torniquete no local da picada.

Medidas de prevenção

Mais de 95% dos acidentes ofídicos ocorrem nas pernas ou nos braços. Por isso, algumas medidas simples de prevenção devem ser adotadas, como utilização de calçados fechados, perneiras ou botas de cano alto durante trilhas em matas e atividades rurais, atenção redobrada aos locais onde pisa e coloca as mãos para se apoiar e uso de proteção ao mexer em buracos no chão ou em ocos de árvores.

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Referências bibliográficas

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