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Saúde9 agosto 2024

24% das adolescentes no mundo serão vítimas de violência antes dos 20 anos

Dados de relatório da Organização Mundial da Saúde revelam números sobre violência física e sexual cometida por parceiros.

Uma nova análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicada na revista The Lancet Child & Adolescent Health apontou que quase um quarto das adolescentes em um relacionamento, o equivalente a 19 milhões de pessoas no mundo, terão passado por situações de violência física ou sexual até completarem 20 anos de idade.  

“A violência cometida por parceiro está presente assustadoramente cedo para milhões de mulheres jovens em todo o mundo”, afirmou a Dra. Pascale Allotey, diretora do Departamento de Pesquisa e Saúde Sexual e Reprodutiva da OMS. De acordo com a OMS uma em cada seis adolescentes foi vítima desses tipos de violência no último ano. 

“Considerando que a violência durante esses anos críticos de formação pode causar danos profundos e duradouros, ela precisa ser levada mais a sério como uma questão de saúde pública – com foco na prevenção e apoio direcionado”, complementou a Dra. Allotey. 

violência

Estudo 

O relatório da organização utilizou dados coletados entre 2000 e 2018 em 161 países para realizar a análise da prevalência de violência cometida contra meninas adolescentes de 16 a 19 anos. Identificando fatores sociais, econômicos e culturais que poderiam caracterizar um risco maior. 

Leia também: Nova lei prioriza atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica 

As regiões com maior prevalência seriam a Oceania (47%) e África Subsaariana (40%) enquanto Europa e Ásia Central estariam entre com menor número de casos, 10% e 11% respectivamente. Entre os países analisados os índices variaram entre 6% e 49%. 

Os índices do Brasil ficaram entre 15% e 19% para todo o período analisado e entre 10-14% para o último ano do estudo. 

A análise também mostrou que a violência cometida por parceiros contra adolescentes é maior em países com renda mais baixa e nos locais onde as vítimas têm menos acesso ao sistema educacional, menos direitos relativos à propriedade e herança e consequentemente uma maior dependência econômica de seus parceiros. Práticas como casamentos antes dos 18 anos também contribuem significativamente para a prevalência de violência e continuidade do abuso. 

Sistemas de apoio 

Para a OMS é necessário que se fortaleçam as ferramentas de apoio e prevenção de violência contra mulher, com considerações sobre as especificidades dos casos envolvendo adolescentes. De ações socioeducativas para prevenção de violência e conscientização sobre relacionamento saudáveis, à instituição de medidas de proteção legais e empoderamento econômico dessa população. 

Para a Dra. Lynnmarie Sardinha, Oficial Técnica de Dados e Medição da Violência Contra a Mulher da OMS, “O estudo mostra que, para acabar com a violência de gênero, os países precisam ter políticas e programas em vigor que aumentem a igualdade para mulheres e meninas. Isso significa garantir a educação secundária para todas as meninas, garantir direitos de propriedade com igualdade de gênero e acabar com práticas prejudiciais, como o casamento infantil, que muitas vezes são sustentadas pelas mesmas normas de gênero desiguais que perpetuam a violência contra mulheres e meninas.” 

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

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Referências bibliográficas

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