209 milhões de pessoas possuem dependência de álcool, segundo OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que 2,6 milhões de mortes por ano podem ser atribuídas ao consumo de álcool, isso equivaleria a 4,7% de todas as mortes no mundo e 0,6% das mortes relacionadas ao abuso de substâncias. A organização ainda destaca que dessas, 2 milhões de mortes foram de homens.
Essas informações estão presentes no relatório Global Status – report on alcohol and health and treatment of substance use disorders, publicado no último dia 25 de junho pela organização.
“O consumo de substâncias prejudica gravemente a saúde individual, aumentando o risco de doenças crónicas e problemas de saúde mental, resultando tragicamente em milhões de mortes evitáveis todos os anos. Coloca um fardo pesado sobre as famílias e comunidades, aumentando a exposição a acidentes, lesões e violência”, afirmou o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom.
Tendências do consumo de álcool
Segundo o documento, o consumo de álcool per capita diminuiu um pouco entre 2010 e 2019, de 5,7 para 5,5, litros. Com o maior consumo sendo registrado nas Europa (9,2 litros) e nas Américas (7,5 litros). O nível de consumo entre usuários teve uma média de 27 gramas de álcool puro por dia, o equivalente a duas taças de vinho ou duas garrafas de cerveja. Esse nível foi associado a um risco aumentado para problemas de saúde, mortalidade e incapacidade associadas.
Episódios de consumo pesado de álcool, classificados como a ingestão de 60 gramas ou mais de álcool no mês (quatro a cinco taças de vinho ou garrafas de cerveja) estava presentes nos relatos de 38% dos consumidores frequentes de álcool. Consumo pesado também foi mais prevalente entre homens.
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Os índices globais apontam que 23,5% de todos os indivíduos com entre 15 e 19 anos são consumidores de álcool, com o percentual chegando a 25,9% na Europa e 42,9% nas Américas. Para o Dr. Tedros Adhanom, “A fim de construir uma sociedade mais saudável e equitativa, devemos nos comprometer urgentemente com ações de impacto que reduzam as consequências negativas sociais e de saúde causadas pelo consumo de álcool e que tornem o tratamento dos transtornos por uso de substâncias disponível e acessível.”
Consequências
A maior parte das mortes relacionadas ao consumo de álcool foi entre jovens de 20 a 39 anos (13%). Com a Europa e a África concentrando a maioria delas.
Das mortes por álcool, o relatório aponta que 474 mil teriam sido por doenças cardiovasculares, 401.000 por câncer e 724 mil causadas por algum tipo de dano físico, como acidentes de carros, autoinfligidos e violência interpessoal. Além disso, 284 mil estariam relacionadas com doenças transmissíveis, uma vez que o álcool aumenta o comportamento de risco o seu consumo aumenta as chances de transmissão de doenças como HIV, tuberculose, entre outras.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.
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