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Reumatologia3 outubro 2023

Tratamento não farmacológico de lúpus eritematoso sistêmico e esclerose sistêmica

A EULAR desenvolveu um documento para guiar o tratamento não medicamentoso dos pacientes acometidos por lúpus eritematoso sistêmico (LES) ou esclerose sistêmica (ES).

Por Gustavo Balbi

Tanto o lúpus eritematoso sistêmico (LES) quanto a esclerose sistêmica (ES) são doenças autoimunes complexas, com acometimento multissistêmico. Ambas são capazes de provocar danos a estruturas nobres e limitar a qualidade de vida dos pacientes acometidos por elas.

Leia também: Como tratar o lúpus eritematoso sistêmico?

Recomendações para o tratamento farmacológico dessas doenças já foram publicados, mas guidelines compilando as crescentes evidências para o tratamento não farmacológico de ambas as doenças são escassos. Por isso, a EULAR desenvolveu um documento baseado nessas evidências para guiar o tratamento não medicamentoso e as medidas de autoeficácia/automanejo dos pacientes acometidos por LES e ES.

Tratamento não farmacológico de lúpus eritematoso sistêmico e esclerose sistêmica

Métodos

Um comitê multidisciplinar foi montado para a revisão sistemática da literatura e discussão das evidências.

As medidas não farmacológicas pode ser invasivas ou não, e incluem educação do paciente, medidas de automanejo, atividade física, intervenções comportamentais ou de estilo de vida (por exemplo, fotoproteção e cessação do tabagismo), aconselhamento psicológico, terapia cognitiva comportamental, atividades de relaxamento ou yoga, intervenções dietéticas/nutricionais, alongamentos, massagens, órteses e terapia ocupacional, tecnologia assistiva e dispositivos, fisioterapia oral, cuidados dentários e higiene oral, entre outras.

Princípios gerais

Os tratamentos não farmacológicos devem ser oferecidos aos pacientes com LES e ES em um modelo de decisão compartilhada, levando em consideração as suas preferências e alinhando suas expectativas de resultados. Essas intervenções podem ser realizadas de maneira isolada ou em combinação, e não devem ser propostas em substituição ao tratamento medicamento, quando esse estiver indicado.

Recomendações gerais

O objetivo das intervenções não farmacológicas é a melhoria na qualidade de vida. Além disso, devemos oferecer educação sobre a doença e suporte de automanejo para todo paciente com lúpus eritematoso sistêmico (LES) ou esclerose sistêmica (ES).

Caso o paciente seja tabagista, aconselhamento e medidas para cessação do tabagismo devem ser implementados. Além disso, o exercício físico deve ser estimulado.

Para pacientes com fenômeno de Raynaud, a exposição ao frio deve ser evitada. Isso é particularmente relevante para pacientes com ES, visando evitar episódios graves de fenômeno de Raynaud.

Saiba mais: Esclerose sistêmica: o que o clínico precisa saber?

Recomendações para lúpus eritematoso sistêmico (LES) 

A fotoproteção deve ser indicada para a prevenção de flares.

Intervenções psicossociais devem ser consideradas para melhorar qualidade de vida relacionada à saúde, ansiedade e sintomas depressivos.

O exercício físico pode auxiliar na melhora da capacidade aeróbica e na redução da fadiga e sintomas depressivos.

Recomendações para esclerose sistêmica (ES)

As medidas de automanejo devem incluir reabilitação para melhora na função das mãos, da boca/orofaciais, da qualidade de vida e de habilidades para realização de atividades de vida diária.

Para pacientes com ES e puffy hands, drenagem linfática manual pode ser considerada para melhorar a função das mãos.

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Referências bibliográficas

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