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Clínica Médica27 novembro 2024

Dados sobre a resposta ao tratamento da artrite psoriásica com fenótipos clínicos

A artrite psoriásica (PsA) é responsável pelo acometimento de diferentes pontos do sistema musculoesqulético e capaz de levar ao surgimento de manifestações extra-articulares
Por Gustavo Balbi

A artrite psoriásica (PsA) é uma doença complexa, responsável pelo acometimento de diferentes pontos do sistema musculoesqulético e capaz de levar ao surgimento de manifestações extra-articulares. Apesar dos recentes avanços no seu tratamento, estima-se que apenas 30% dos pacientes com PsA atinjam a remissão da doença.

Por se tratar de uma doença multifacetada, entender os seus diferentes fenótipos e a resposta ao tratamento de cada um deles é relevante. Nesse sentido, Karmacharya et al. conduziram um estudo cujo objetivo foi identificar esses clusters e avaliar a sua resposta ao tratamento em um cenário de vida real de uma coorte longitudinal de pacientes com PsA.

artrite psoriásica

Métodos

Os autores utilizaram os dados longitudinais do PsA Research Consortium (PARC), uma coorte observacional composta por 5 centros americanos dedicados ao seguimento e ao estudo da PsA. Foram incluídos adultos ≥18 anos que preencheram os critérios CASPAR para PsA. Dados demográficos, características clínicas da doença, comorbidades, dados laboratoriais, desfechos relatados pelos pacientes (PROs) e escores de atividade e impacto da doença foram coletados.

Na análise dos clusters, as variáveis utilizadas foram manifestações clínicas da psoríase e da PsA, PROs, IMC, manifestações extra-articulares, uso prévio de biológico e PCR (um total de 34 variáveis). O desfecho analisado foram a criação desses clusters com base nas primeiras 3 visitas do PARC.

Na análise das respostas aos tratamentos, o desfecho primário foi a resposta ao tratamento dentro dos clusters gerados, definida como variação média no cDAPSA e no PsAID12. Outros desfechos secundários também foram analisados, como cDAPSA ≤4 (remissão) e PsAID12 ≤4 (sintomas aceitáveis).

Saiba mais: Novas recomendações EULAR para o tratamento farmacológico da artrite psoriásica

Resultados

Foram analisados 627 pacientes com PsA, com média de idade de 50,1 anos, sendo 56,4% do sexo feminino e 92,7% brancos. A história de tabagismo estava presente em 39,1% dos casos, e o IMC médio era de 28,8 kg/m2. A duração mediana da psoríase era de 17,5 anos e da PsA, de 7,5 anos. O PCR estava elevado em 30% dos pacientes.

Na primeira análise, foram identificados 3 clusters: 1) PsA leve ou psoríase isolada (47,4%), 2) PsA grave com psoríase leve (34,3%), 3) PsA grave com psoríase grave (18,3%).

Desses 627 participantes, 339 iniciaram ou trocaram de terapia durante o seguimento (sendo 218 anti-TNF). Os autores identificaram que os pacientes do cluster 3 (PsA grave com psoríase grave) apresentaram as melhores respostas terapêuticas (com variação no cDAPSA de -6,5 e no PsAID12 de -1,3, ambas superiores aos demais clusters). Os pacientes do cluster 3 também apresentaram maiores taxas de remissão (14,5%) e de sintomas aceitáveis (27,4%) do que os demais clusters. No entanto, essas diferenças foram menos pronunciadas no pacientes que iniciaram anti-TNF, sem diferenças estatisticamente significativas entre os clusters.

Comentários

Os autores identificaram que os principais determinantes dos clusters na PsA foram a gravidade da doença musculoesquelética e da pele. Com isso, os pacientes com piores índices de atividade apresentaram uma melhor resposta geral ao tratamento, mas parece que essa diferença foi mais limitada nos pacientes que iniciaram anti-TNF.

Um outro ponto importante é que são necessárias formas mais acuradas de avaliação da atividade da doença, especialmente nos pacientes com doença menos grave ou menos ativa.

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Referências bibliográficas

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