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Pediatria22 janeiro 2020

Sarampo: quais fatores colaboram para transmissão após eliminação do vírus nos EUA?

Casos e surtos de sarampo continuam ocorrendo nos Estados Unidos após a introdução do sarampo proveniente de locais endêmicos.

Casos e surtos de sarampo continuam ocorrendo nos Estados Unidos após a introdução do sarampo proveniente de locais endêmicos. Para discernir os fatores associados à transmissão do sarampo nos Estados Unidos após sua eliminação, Gastañaduy e colaboradores (2020) conduziram o estudo “Factors Associated With Measles Transmission in the United States During the Postelimination Era”, publicado na revista JAMA Pediatrics.

Transmissão do sarampo na era pós-eliminação

O estudo de Gastañaduy e colaboradores (2020) foi transversal e realizado no período de 1° de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2017, nos Estados Unidos, incluindo residentes e visitantes internacionais com diagnóstico confirmado de sarampo.

Um algoritmo de probabilidade máxima que usa as datas observadas de erupção cutânea e a distribuição conhecida do intervalo serial (tempo entre o início dos sintomas em casos consecutivos relacionados) foi aplicado pelos pesquisadores aos dados de notificação de surtos para estimar o número de reprodução efetivo (R) ou o número médio de novas infecções geradas por caso. A transmissibilidade foi avaliada pela comparação de R com base nas características dos casos primários e secundários de sarampo.

Os pesquisadores avaliaram 2218 indivíduos com casos confirmados de sarampo (1025 do sexo feminino, 1176 do sexo masculino e 17 cujo sexo não foi relatado. A idade média dos participantes foi de 15 anos (intervalo, 0-89 anos) relatados de 2001 a 2017.

Entre os pacientes que não receberam doses da vacina contra o sarampo, o R foi de 0,76 (IC 95%, 0,71-0,81); entre os pacientes que receberam uma dose da vacina contra o sarampo, o R foi de 0,17 (IC 95%, 0,11-0,26); entre os pacientes que receberam duas doses ou mais da vacina contra o sarampo, o R foi de 0,27 (IC 95%, 0,17-0,39); e entre os pacientes com status de vacinação desconhecido, o R foi de 0,52 (IC 95%, 0,44-0,60).

Os pesquisadores também observaram que, entre os pacientes nascidos antes de 1957, o R foi de 0,35 (IC 95%, 0,20-0,58), e entre os nascidos em 1957 ou depois, o R foi de 0,64 (IC 95%, 0,61-0,68). Os cientistas descreveram que o R foi maior quando os casos primário e secundário de sarampo ocorreram em pacientes com idades entre 5 e 17 anos (0,36 [IC 95%, 0,31-0,42]) em comparação com a transmissão assortativa em outras faixas etárias [<1 ano, 0,14 (IC 95%, 0,10- 0,20); 1-4 anos, 0,25 (IC 95%, 0,20-0,30); 18-29 anos, 0,19 (IC 95%, 0,15-0,24); 30-49 anos, 0,15 (IC 95%, 0,11-0,20) ; 50 anos, 0,04 (IC 95%, 0,01-0,10)].

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Resultados

Portanto, de acordo com Gastañaduy e colaboradores (2020), os principais fatores relacionados à transmissão do sarampo nos Estados Unidos foram:

  • A falta de vacinação;
  • Nascimento em 1957 ou após;
  • A transmissão assortativa por idade, especialmente entre crianças em idade escolar.

Esse estudo ressalta a importância de se manter uma cobertura vacinal homogênea, elevada e com duas doses de sarampo para sustentar a eliminação do sarampo nos Estados Unidos, especialmente entre crianças em idade escolar.

Leia mais: Sarampo: saiba mais sobre prevenção, diagnóstico e tratamento dessa doença

Referência bibliográfica:

  • GASTAÑADUY, P. A. et al. Factors Associated With Measles Transmission in the United States During the Postelimination Era. JAMA Pediatrics, v. 174, n.1, p.56-62, 2020

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