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Pediatria9 janeiro 2024

Pediatras falam do papel que têm no aumento da cobertura vacinal infantil

Através de uma relação de confiança com as famílias, os pediatras podem influenciar positivamente as decisões dos pais em relação à vacinação.

Por Roberta Santiago

Apesar do registro recente de aumento no índice de imunização de crianças e adolescentes, a hesitação vacinal ainda é um constante desafio encontrado por grande parte dos pediatras brasileiros. Diante desse cenário, qual o papel dos profissionais de saúde na defesa e proteção de crianças contra doenças potencialmente graves? 

Veja também: Novas vacinas contra tuberculose

Para a Dra. Lilian Messer, pediatra há mais de 20 anos, é fundamental que os pais recebam informações claras, corretas e atualizadas sobre vacinas. “Nosso objetivo é garantir a saúde e o bem-estar das crianças, e a vacinação desempenha um papel crucial nisso”. Ao estabelecer uma relação de confiança com as famílias, os pediatras têm a capacidade de influenciar positivamente as decisões dos pais em relação à vacinação. “Oferecer imunizantes corretamente às crianças não apenas promove saúde ao indivíduo, como se trata de um ato de cidadania”, frisa a médica.  

“O nascimento de uma criança traz consigo uma série de medos e inseguranças. Pais e mães, principalmente de primeira viagem, estão entrando no mundo do calendário vacinal e lidando de forma irrestrita com todo tipo de informações – verdadeiras ou fakes. O pediatra se torna, então, figura central no esclarecimento de dúvidas, na dissipação de mitos e no fornecimento de informações baseadas em evidências cientificas”, diz Dra. Lilian ao Portal. 

pediatras e vacinação

Levantamento

Segundo pesquisa realizada pela UNESP em 2023, entre os fatores externos que mais estimulam os sentimentos de desconfiança e de repúdio às vacinas por parte dos pais estão o uso das redes sociais (31%), conteúdos veiculados pela mídia (21%) e a busca por informações na internet (14%). Também foram citados os conteúdos transmitidos por WhatsApp (8%), conselhos de amigos e familiares (8%).  

Dentre os motivos mais comuns alegados para a decisão de não vacinar os filhos estão o receio de eventos adversos (20%), desconfianças quanto à segurança das vacinas (19%), esquecimento (18%) e falta de oferta no sistema público (18%). 

A primeira tendência de baixa na vacinação no Brasil foi registrada a partir de 2015, quando o índice de 97% começou a cair, chegando a 75% em 2020. Nesse período, as maiores quedas dizem respeito às vacinas para a BCG (38,8%) e a Hepatite A (32,1%). 

Pandemia

Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, a pandemia de covid-19 intensificou ainda mais este processo. Entre os fatores mais mencionados para evitação das vacinas estão o medo de danos às crianças (18%), medo de problemas como miocardite e trombose (16,5%), e preocupações com a segurança geral das vacinas de RNA (13%).

O argumento que crianças não desenvolvem a forma grave da doença também foi usado para justificar a hesitação (13%), assim como de que os reforços seriam apenas uma estratégia dos laboratórios para empurrar a vacina para cima dos governos (7%) e que a infecção natural protege por mais tempo do que a vacina (6%).  

Leia mais: Vacinas bivalentes contra a covid-19

Desafios e Perspectivas

Apesar dos esforços bem sucedidos do Ministério da Saúde e da comunidade médica em geral, ainda existem desafios a serem superados. Segundo a ministra da pasta, Dra. Nísia Trindade, a alavancada recente já é fruto da estratégia adotada desde o início da gestão – com a criação do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em fevereiro de 2023, a adoção do microplanejamento, o repasse de mais de R$ 151 milhões para ações regionais nos estados e municípios e o lançamento do programa Saúde com Ciência.  

Acesse o Calendário Nacional de Vacinação aqui.  

Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal. 

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Referências bibliográficas

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