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Pediatria2 janeiro 2024

Maior adesão: Brasil volta a registrar aumento na cobertura vacinal infantil

De janeiro a outubro de 2023, o aumento da vacinação representou reversão da queda dos índices vacinais que o Brasil enfrenta desde 2016.

Por Roberta Santiago

A cobertura vacinal de oito dos imunizantes recomendados no calendário infantil apresentou aumento no período de janeiro a outubro de 2023, no comparativo ao ano inteiro de 2022, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde.

Entre as crianças maiores de 12 meses, houve maior adesão às vacinas contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral 1ª dose e 2ª dose (sarampo, caxumba e rubéola). Para aquelas a partir dos 9 meses, foi registrado também aumento na procura pelos imunizantes da febre amarela.

O resultado favorável, registrado em todo o país, já representa uma reversão da queda dos índices vacinais que o Brasil enfrenta desde 2016.

Os números foram apresentados em entrevista coletiva com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, na última semana.

“Hoje pudemos apresentar aqui um balanço do quanto avançamos. E gostaria de lembrar o que já disse a OMS: a vacina, junto com a água tratada, é o que garantiu a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa em todo o mundo”, disse a ministra.

O avanço é fruto da estratégia adotada pela pasta desde o início da gestão – com a criação do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em fevereiro deste ano, a adoção do microplanejamento, o repasse de mais de R$ 151 milhões para ações regionais nos estados e municípios e o lançamento do programa Saúde com Ciência.

Aumento nacional

Com o repasse, cada estado pode definir com mais sucesso soluções viáveis para a realidade de cada local. Ao longo de todo o ano, as equipes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) percorreram o Brasil realizando oficinas com as secretarias de saúde e adotando estratégias, como a imunização extramuros, ampliação do horário das salas de imunização e busca ativa de não vacinados.

Outro destaque foi a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), que vinha em queda 2014. A cobertura subiu 30% em 2023, mesmo com crescimento na população em idade indicada para a imunização. O aumento da adesão deve-se também à estratégia de vacinação nas escolas, adotada em 3.992 cidades.

Campeões

  1. Piauí:
    1. Tríplice viral – 82,8% para 97,8%;
    2. Poliomielite – 75,9% para 89,9%;
    3. DTP – 73,1% para 92,8%.
  2. Espírito Santo:
    1. Meningocócica: 58,5% para 91,6%.
  3. Rondônia:
    1. Tríplice viral (1ª dose) – 89,2% para 99,6%.

O cenário é ainda mais animador quando comparado o número de municípios que atingiram as metas recomendadas de cobertura vacinais. Neste ano, por exemplo, houve aumento superior a 48% no total de cidades que atingiram 95% de cobertura para a vacina DTP, passando de 1.467 em 2022, para 2.180 cidades em 2023.

“De forma geral, tivemos um incremento de 1/3 no número de municípios que alcançaram a meta de 95% em vacinas fundamentais para o calendário infantil. São mais de 2.100 cidades hoje com esse índice de cobertura, o que é maravilhoso”, pontuou Nísia Trindade.

Mais transparência

Até 2023, as vacinas aplicadas eram registradas em diversos sistemas de informação, próprios dos estados, municípios e do Distrito Federal, e depois apresentado pelo SIPNI web. A partir de 2024, os dados vacinais serão redirecionados para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), com as doses aplicadas atreladas a um número de Cadastro de Pessoa Física (CPF).

A partir da completa migração entre os sistemas, cada cidadão poderá consultar a própria situação vacinal online, por meio do ConecteSUS, como já acontece com as doses de vacinas da Covid-19. O ministério também trabalha para redirecionar a base de dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SISAB). Até o primeiro semestre de 2024, todos os números estarão incorporados à RNDS. Com a migração, as coberturas vacinais vão refletir melhor a situação atual. Um exemplo é a cobertura da vacina pneumocócica que, em projeção, passaria de 78,5% para 83,3%.

Acesse o Calendário Nacional de Vacinação aqui.

Acesse o vídeo da transmissão do Ministério da Saúde aqui.

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Referências bibliográficas

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