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Pediatria30 dezembro 2023

Hidrocele na criança

A hidrocele em sua maioria é congênita, mas pode ser adquirida em caso de patologias inflamatórias do escroto.

Por Amanda Neves

Consiste no acúmulo de líquido no escroto e/ou no canal inguinal nos meninos e no canal inguinal nas meninas pela não obliteração do conduto peritônio-vaginal ao nascimento.

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Com o conduto aberto, pode passar além de líquido peritoneal, vísceras abdominais. Nesse último caso, resultaria em hérnia inguinal. Logo, o que diferencia a hidrocele da hérnia é o que entra pelo conduto peritônio-vaginal.

No que concerne à classificação, a hidrocele pode ser comunicante ou não comunicante. Na primeira, o conduto peritônio-vaginal está patente em todo o seu comprimento desde a cavidade abdominal até a bolsa escrotal/grandes lábios, mas com passagem apenas de líquido peritoneal que fica oscilando durante o dia. Na hidrocele não comunicante, por sua vez, há a persistência do conduto peritônio-vaginal de modo segmentar, sem comunicação com a cavidade do abdome.

Cabe destacar ainda que a hidrocele em sua maioria é congênita, mas pode ser adquirida em caso de patologias inflamatórias do escroto como torção testicular e epididimite.

Clinicamente, há o aumento do volume escrotal de modo indolor e ao exame físico evidencia-se a transluminação de bolsa escrotal positiva. Tal exame é negativo em caso de hérnia.

Por fim, é válido ressaltar que a maioria das hidroceles não comunicantes costuma ter resolução espontânea até o final do primeiro ano de vida. Por outro lado, as comunicantes necessitam de intervenção cirúrgica.

hidrocele

Abordagem Terapêutica

O tratamento cirúrgico está indicado também para os pacientes com hidrocele após 18 meses de vida ou hidrocele idiopática não comunicante com sintomas ou com comprometimento da pele do saco escrotal.

A cirurgia padrão para a correção da hidrocele consiste na realização de uma inguinotomia seguida da identificação do conduto peritônio-vaginal patente, ligadura/fechamento do conduto e liberação do líquido acumulado na túnica vaginal testicular.

A cirurgia minimamente invasiva, com abordagem laparoscópica, tem sido descrita em alguns centros, porém com uso ainda limitado na prática devido à falta de evidências que mostrem benefício maior com relação à cirurgia convencional.

Complicações:

  • Infecção;
  • Sangramento;
  • Lesão do cordão espermático;
  • Hidrocele residual (melhora no pós-operatório).

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Referências bibliográficas

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