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Pediatria15 fevereiro 2025

Estudo americano avalia impacto de práticas hospitalares no sono seguro infantil 

Estudo avaliou se a exposição a uma iniciativa de sono seguro para bebês estava associada ao relato materno de práticas de sono seguro para bebês em casa

Nos Estados Unidos, em especial na Pensilvânia, a morte súbita infantil inesperada (sudden unexpected infant death – SUID) é uma das principais causas de mortalidade infantil pós-neonatal. Em 2021, por exemplo, houve 99 SUID por 100.000 nascidos vivos no país e 84 na Pensilvânia. Diante de números alarmantes, o Departamento de Saúde da Pensilvânia financiou, em 2016, o desenvolvimento de uma iniciativa hospitalar de sono seguro, agrupada e modelada a partir de um hospital do Kansas. O projeto engloba a propagação de uma política hospitalar de sono seguro para bebês e educação da equipe de enfermagem e dos pais por meio da divulgação de folhetos, pôsteres e vídeos. Inclusive, durante a hospitalização do parto, a enfermagem também modela e reforça o sono seguro do bebê para os pais, colocando o bebê para dormir no berço sem objetos macios e de barriga para cima. Ao todo, 27 hospitais implementaram essa iniciativa entre 2017 e 2021.  

Diante do exposto, Decker e colaboradores conduziram um estudo muito interessante para avaliar se a exposição a uma iniciativa de sono seguro para lactentes estava associada ao relato materno de práticas de sono seguro para bebês em casa e identificar outros fatores preditivos. Os resultados foram divulgados no artigo A Hospital-Based Initiative for Infant Safe Sleep Practice, publicado na Pediatrics  

Metodologia 

Os pesquisadores conduziram um estudo retrospectivo de base populacional usando três conjuntos de dados vinculados: 

  • Dados sobre o momento da implementação da iniciativa de sono seguro infantil em cada hospital; 
  • Dados da certidão de nascimento do bebê; 
  • Dados de 2017 a 2021 do survey PRAMS (Pennsylvania’s Pregnancy Risk Assessment Monitoring System). O PRAMS consistiu em uma pesquisa que utilizou dados autorrelatados pelas mães sobre práticas de sono seguro para bebês, incluindo: 
    1. Posição de barriga para cima para dormir; 
    2. Superfície separada e aprovada para dormir com segurança; 
    3. Ausência de roupas de cama ou objetos macios; 
    4. Quarto compartilhado sem cama compartilhada nos 2 a 6 meses após o nascimento. 

Resultados 

No período entre 2017 e 2021, houve 637 entrevistadas do PRAMS que foram expostas à iniciativa do sono seguro durante a hospitalização do parto e 4.861 que não foram expostas. A prevalência de relatos de cada uma das quatro práticas de sono seguro para bebês entre as entrevistados que foram expostas à iniciativa do sono seguro, aumentou entre 2017 e 2021: 

  1. Posição de barriga para cima para dormir: 3,8% em 2017 versus 36,4% em 2021; 
  2. Superfície separada: 2,8% em 2017 versus 42,6% em 2021; 
  3. Ausência de roupas de cama ou objetos macios: 3,2% em 2017 versus 29,7% em 2021; 
  4. Quarto compartilhado sem cama compartilhada nos 2 a 6 meses após o nascimento: 3,8% em 2017 versus 37,0% em 2021. 

Conclusão 

As mulheres entrevistadas pelo PRAMS cujo parto ocorreu em um hospital que implementou a iniciativa do sono seguro infantil foram mais propensas a relatar colocar seus bebês para dormir de barriga para cima em uma superfície de sono separada ou sem objetos macios em comparação com às mães que não foram expostas à iniciativa após o ajuste para características maternas e parâmetros de nascimento.  

Portanto, diante dos resultados, o estudo, aliado a evidências que propõem que uma iniciativa hospitalar, agrupada e composta por educação e modelagem comportamental, está associada a uma maior probabilidade de práticas seguras de sono infantil em casa nos primeiros meses de vida da criança.

Leia também: Recomendações para pediatras sobre avaliação física de atletas jovens — parte 1

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Referências bibliográficas

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