Logotipo Afya
Anúncio
Pediatria8 fevereiro 2020

Emapalumabe na síndrome de ativação macrofágica por artrite idiopática juvenil

A síndrome de ativação macrofágica é uma complicação grave e potencialmente fatal de doenças reumatológicas, especialmente da artrite idiopática juvenil.

A síndrome de ativação macrofágica (SAM) é uma complicação grave e potencialmente fatal de doenças reumatológicas, especialmente da artrite idiopática juvenil do subtipo sistêmico (AIJs) e da doença de still do adulto.

médicos anotando sobre síndrome de ativação macrofágica

Síndrome da ativação macrofágica

O quadro clínico caracteriza-se por febre, hepatoesplenomegalia, rash cutâneo, adenomegalias, alteração do nível de consciência, citopenias, disfunção hepática, coagulopatia, hiperferritinemia, hipofibrinogenemia, entre outras disfunções orgânicas.

Uma das principais citocinas pró-inflamatórias envolvidas na fisiopatogenia dessa doença é o interferon-γ (IFNγ).

Resultados iniciais de um estudo multicêntrico em andamento na Europa e nos Estados Unidos mostraram eficácia do emapalumabe (anticorpo monoclonal anti-INFγ) no tratamento de pacientes com SAM na AIJs refratária ao tratamento com corticosteroides (primeira linha de tratamento).

Leia também: Upadacitinibe é aprovado como opção para artrite reumatoide

É um estudo piloto pequeno, ainda em recrutamento, não controlado, aberto, mas que traz uma nova possibilidade terapêutica para pacientes refratários à terapia convencional. O esquema terapêutico utilizado no estudo foi uma dose inicial de 6 mg/kg seguida de doses de 3 mg/kg a cada três dias durante quatro semanas.

Seis pacientes foram avaliados, sendo que quatro já tinham diagnóstico confirmado de AIJs e dois tinham diagnóstico provável de AIJs. Quatro pacientes eram do sexo feminino e a idade variou de dois a 25 anos. Desses, seis pacientes, dois haviam falhado à terapia com metilprednisolona associada à ciclosporina A, e dois à metilprednisolona, ciclosporina A e anakinra (medicação anti-interleucina-1).

Na 4ª semana de tratamento, três dos seis pacientes haviam atingido remissão da doença, tanto clínica quanto laboratorialmente. Na 8ª semana, todos os seis pacientes estavam inativos, e as doses de corticoide utilizadas puderam ser reduzidas significativamente em quatro dos seis pacientes, mas todos os pacientes tiveram suas doses reduzidas.

Mais da autora: Existe fibromialgia em crianças?

Foram avaliadas as concentrações séricas da citocina CXCL9, uma citocina induzida por IFNγ, e do receptor solúvel de interleucina-2. Houve queda rápida e sustentada dos níveis de CXCL9, seguida de melhora clínica e laboratorial.

Apesar de ser um estudo pequeno e com falhas metodológicas, no contexto de uma doença tão grave e tão rara, os resultados obtidos são animadores pela perspectiva de uma nova opção terapêutica. Além disso, a importância do IFNγ na fisiopatogenia da doença pode ser presumida em função da boa resposta ao tratamento. Novas crianças foram incluídas no estudo ao longo de seu andamento, mas resultados ainda não foram publicados.

Quer receber as principais novidades em Pediatria? Participe do nosso grupo do Whatsapp!

Referências bibliográficas:

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Reumatologia