Caneta autoinjetora de adrenalina brasileira pode se tornar realidade em breve
Recentemente, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) veio a público através do seu presidente atual, Dr. Fábio Kuschnir, informar algo que há décadas vem sendo aguardado: a caneta autoinjetora de adrenalina brasileira está mais perto do que nunca.
Anafilaxia
A anafilaxia é uma condição grave, súbita e inesperada que acomete adultos e crianças de todas as idades e que demanda atenção médica imediata. O medicamento de primeira escolha para o tratamento da anafilaxia é a aplicação de adrenalina intramuscular, preferencialmente no músculo vasto lateral da coxa. Ocorre que na maior parte dos casos, a anafilaxia acontece fora do ambiente hospitalar e com pessoas sem treinamento de saúde. Por isso, na década de 1980 sugiram as primeira canetas autoinjetoras de adrenalina, dispositivos de fácil manuseio que contém dose pré-estabelecida de medicamento e que podem ser aplicadas sem dificuldade, inclusive por cima da roupa.
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Estes dispositivos revolucionaram o tratamento da anafilaxia no mundo, garantindo rápido e adequado tratamento dos casos de anafilaxia, com redução da morbimortalidade relacionada. No entanto, até o momento o produto não é disponibilizado no Brasil, podendo ser apenas importado através de algumas empresas, mas a um alto custo.
No podcast da ASBAI, o Dr. Fábio Kuschnir conversou com o Prof. Renato Rozental, médico professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que lidera o grupo que fabricou o protótipo da caneta autoinjetora brasileira.
Este ano houve grande visibilidade para o tema e, a partir de movimentos e pressão da ASBAI e de organizações não governamentais, foi criado o projeto de lei 85/24 que tem como objetivo o fornecimento gratuito da caneta autoinjetora de adrenalina pelo SUS. Em paralelo as tramitações do projeto, aguarda-se a aprovação do novo protótipo pela Agências Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Próximos passos para caneta autoinjetora
Rozental explicou que já foram firmadas parcerias para a fabricação da caneta e que inclusive discute-se sinergismo com entidades que ja produzem o dispositivo no exterior. O mesmo acrescenta que o projeto da caneta já está bem delineado, assim como as formulações de doses.
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Entre os dias 14 e 17 de novembro acontecerá o LI Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, em Salvador. Na ocasião, haverá um simpósio de anfilaxia que contará com a presença de especialistas e representantes da ANVISA na qual certamente teremos maiores informações.
Durante a conversa, Kuschnir ratifica que nunca estivemos tão perto de alcançar este grande avanço e que tem certeza que em um curto espaço de tempo, a caneta autoinjetora de adrenalina será uma realidade no Brasil.
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