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Pediatria24 outubro 2019

39° Congresso Brasileiro de Pediatria: Escala de Bristol em Pediatria

No 39° Congresso Brasileiro de Pediatria, foi citada a relevância do uso da Escala de Bristol para Consistência de Fezes (EBCF).

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Recentemente, o 39° Congresso Brasileiro de Pediatria foi realizado em Porto Alegre (RS). Nas discussões da mesa redonda intitulada “Problemas Comuns em Ambulatório Pediátrico”, coordenada pela Dra. Nilzete Liberato Bresolin (SC), foi citada a relevância do uso da Escala de Bristol para Consistência de Fezes (EBCF). A determinação da consistência das fezes é crucial para o diagnóstico, o monitoramento do tratamento e a realização de pesquisas científicas acerca das doenças intestinais. A utilização de escalas gráficas é extremamente relevante durante esse trabalho

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A Escala de Bristol para Consistência de Fezes (EBCF) foi desenvolvida e validada na cidade de Bristol, Inglaterra, há aproximadamente 20 anos. É composta por figuras que representam sete tipos de fezes associadas a descrições precisas segundo sua forma e sua consistência

A aplicação da EBCF para determinar a consistência das fezes já é bem estabelecida na prática clínica e também em estudos epidemiológicos e ensaios clínicos envolvendo pacientes adultos. A EBCF modificada para crianças (mBSFS-C) é um instrumento mais recente. A mBSFS-C surgiu com a proposta de reduzir o número de tipos de fezes de sete para cinco e adaptar a linguagem utilizada nas descrições, permitindo que as crianças compreendam totalmente as representações de cada tipo de fezes.

O uso da mBSFS-C foi validado nos Estados Unidos para crianças com idades entre seis a oito anos, quando as descrições são lidas em voz alta, e para as crianças com mais de oito anos de idade, que já leem as descrições sozinhas. Essas duas escalas foram desenvolvidas e validadas em inglês. No entanto, para que seu uso na prática clínica e em pesquisa científica seja viável em países com outros idiomas oficiais, é essencial que se faça uma tradução e adaptação cultural de acordo com normas internacionais. Isso significa que os itens não devem ser apenas traduzidos literalmente, mas também devem ser adaptados culturalmente, preservando a validade do instrumento original. A EBCF foi traduzida e validada para o português do Brasil por Martinez e Azevedo (2012), para ser aplicada em pacientes adultos.  

Objetivando traduzir e adaptar culturalmente a mBSFS-C para o português do Brasil e avaliar a reprodutibilidade da versão traduzida, Jozala e colaboradores (2019) realizaram o estudo Brazilian Portuguese translation, cross-cultural adaptation and reproducibility assessment of the modified Bristol Stool Form Scale for children, publicado no Jornal de Pediatria

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Metodologia

A tradução e a adaptação transcultural foram realizadas de acordo com uma metodologia internacionalmente aceita: 

  • Tradução, retradução e aplicação de pré-teste da versão traduzida em 74 crianças para avaliar o nível de entendimento;
  • Aplicação da versão final da mBSFS-C modificada em português do Brasil para crianças em 64 crianças e 25 profissionais de saúde, que tiveram de correlacionar uma descrição aleatoriamente selecionada da escala traduzida com a ilustração representativa correspondente do tipo de fezes. 

Resultados

A versão final da mBSFS-C modificada para crianças em português do Brasil foi comprovadamente reproduzível, pois foi obtida quase uma concordância total (k > 0,8) entre as descrições e ilustrações traduzidas dos tipos de fezes, entre as crianças e o grupo de especialistas. A escala mostrou-se confiável em gerar resultados muito parecidos para os mesmos entrevistados em diferentes momentos e também para diferentes examinadores. 

Conclusão

O estudo de Jozala e colaboradores (2019) demonstrou que a mBSFS-C modificada para crianças em português do Brasil é reproduzível, podendo ser aplicada não somente na prática clínica, mas também em pesquisas científicas no país.

Para acesso ao artigo completo e à escala mBSFS-C modificada para crianças em português do Brasil, basta acessar o link.

 

Referências:

  • Jozala DR, et al. Brazilian Portuguese translation, cross-cultural adaptation and reproducibility assessment of the modified Bristol Stool Form Scale for children. J Pediatr (Rio J) 2019: 95 (3): 321-327.
  • Martinez AP, Azevedo GR. Tradução, adaptação cultural e validação da Bristol Stool Form Scale para a população brasileira. Rev. Latino-Am. Enfermagem (Ribeirão Preto) 2012; 20 (3): 583-589.

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