É necessária a ressecção ampla nos casos de osteomielite crônica?

O tratamento da osteomielite crônica depende de uma série de princípios como debridamento cirúrgico, coleta de culturas, manejo do espaço morto, antibioticoterapia e reconstrução óssea e de partes moles. O tipo de debridamento ainda é motivo de discussão, tendo sido aceito atualmente a ressecção ampla com margens semelhante à utilizada em tumores musculoesqueléticos.

Entretanto, essa medida gera instabilidade estrutural e necessidade de uma grande reconstrução óssea e de partes moles. A ressecção mais comedida gera menor necessidade de reconstruções consequentes. Foi publicado recentemente na revista Bone and Joint Open um estudo com o objetivo de demonstrar resultados da ressecção mais comedida nos casos de osteomielite crônica.

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O estudo

O estudo foi unicêntrico retrospectivo baseado em pacientes operados no Hospital Universitário de Hull no Reino Unido entre 2014 e 2020. Pacientes com osteomielite crônica tratados cirurgicamente com ressecção comedida e com pelo menos 12 meses de follow-up foram avaliados.

Um total de 53 pacientes (54 ossos) com média de idade de 45,5 anos (intervalo interquartil 31 a 55) e follow-up médio de 29 meses (12 a 59) foram incluídos. Ao todo, dez ossos eram Cierny-Mader tipo I, 39 eram do tipo III e cinco eram do tipo IV.

Todos os pacientes foram tratados com tratamento em estágio único, exceto um (planejado em duas etapas para estabilização). Culturas positivas cresceram em 75%. No geral, 46 casos (85%) tiveram resolução da osteomielite após o procedimento inicial, e 49 (90,7%) tiveram resolução na última consulta de acompanhamento. Quatro pacientes (7%) foram submetidos à segunda cirurgia e seis pacientes (11%) apresentaram complicações.

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Conclusão

O estudo demonstrou que através de detalhada avaliação e planejamento pré-operatório, mesmo sem uma ressecção ampla, a administração de alta concentração de antibiótico parece fornecer resultados comparáveis com o desbridamento radical.