O ligamento intrínseco lunotriquetral (ou lunopiramidal) é o responsável pela estabilização da articulação de mesmo nome, tendo um formato de “C” e constituído por uma membrana interóssea e componentes dorsal e volar. As lesões dessa estrutura podem estar associadas a outras lesões do punho como da fibrocartilagem triangular ou ligamento escafossemilunar.
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Esses pacientes se apresentam com dor no canto ulnar do punho e o tratamento cirúrgico é instituído quando há falha do conservador. Entretanto, não há consenso na literatura sobre qual seria o melhor tratamento cirúrgico. Foi publicado no último mês na revista Hand um estudo com o objetivo de comparar resultados referentes ao tratamento cirúrgico de lesões isoladas do ligamento lunopiramidal em adultos.
Métodos
O estudo foi uma revisão sistemática com análise das bases de dados MEDLINE, EMBASE, CINAHL e SCOPUS até fevereiro de 2022. Foram avaliados 202 procedimentos de nove estudos retrospectivos de séries de casos de qualidade baixa a moderada com base no Structured Efectiveness Quality Evaluation Scale.
Resultados
Os resultados comparativos (ou seja, amplitude de movimento, dor, força, qualidade de vida, complicações, retorno ao trabalho e satisfação do paciente) foram agregados e categorizados em artrodese, capsulodese, reparos e reconstrução ligamentar e procedimentos de osteotomia de encurtamento da ulna. Embora a comparação dos resultados tenha sido em grande parte inconclusiva devido à heterogeneidade e à omissão de dados característicos pré-operatórios, foram observadas maiores complicações e taxas de reoperação após artrodese lunopiramidal.
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Conclusão e mensagem prática
Seria interessante se, em estudos seguintes, todos os resultados sejam padronizados e apresentados uniformemente com as melhores práticas desenvolvidas para melhor caracterizar a gravidade e integridade da lesão. Os dados atuais são muito heterogêneos para gerar evidências fortes.
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