ESMO 2024:Sessão de trabalho traz novidades sobre tratamentos de NSCLC metastático
A primeira aula, conduzida pelo dr. David R Spigel, de Nashville, abordou o estudo: Interim analysis of GALAXIES Lung-201: Phase II, randomized, open-label platform study of belrestotug plus dostarlimab in patients (pts) with previously untreated locally advanced/metastatic (LA/M) PD-L1 high (TPS >/=50%) non-small cell lung cancer (NSCLC).
Esse estudo buscou avaliar a eficácia e segurança da associação de dostarlimabe e belrestotug em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células, virgens de tratamento, com doença metastática ou irressecável, PD-L1 alto (TPS≥50%), EGFR/ALK wt e com história presente ou passada de tabagismo.
Os pacientes foram randomizados para receber pembrolizumabe em dose padrão, dostarlimabe isolado 500mg ou a combinação de dostarlimabe 500mg com belrestotug em três diferentes doses: 100mg, 400mg ou 1000mg.
O artigo conclui que existe benefício clínico visto em todos os subgrupos que utilizaram a associação, com aumento dos efeitos colaterais imunomediados, sendo estes considerados manejáveis, criando suporte para a sequência com o estudo fase 3.
Estudo Nivolumab
Na sequência, dr. Nicolas Girard, de Paris, apresentou o trabalho Nivolumab (NIVO) plus relatlimab with platinum-doublet chemotherapy (PDCT) vs NIVO + PDCT as first-line (1L) treatment (tx) for stage IV or recurrent NSCLC: Results from the randomized phase II RELATIVITY-104 study.
Relatlimabe é um anticorpo bloqueador de LAG-3 que restaura a função de células T e teve sua aprovação em combinação com nivolumabe para melanoma avançado. Esse foi o primeiro estudo randomizado fase 2 que avaliou o uso dessa droga em esquema de primeira linha para NSCLC.
Foram incluídos pacientes com doença metastática, virgens de tratamento para doença avançada, EGFR, ALK e ROS1 wt. Os pacientes foram randomizados na proporção 1:1 para receber nivolumabe 360mg + doublet de platina por 4 ciclos com ou sem relatlimabe 360mg. Os grupos foram estratificados por PD-L1 (≥1% ou <1%, histologia e ECOG PS). O end point primário foi ORR.
O estudo conclui que houve benefício clinico com a adição de relatlimabe ao esquema anti PD-1 com quimioterapia no grupo PD-L1≥1%, principalmente na histologia não escamosa, com efeitos adversos dentro do esperado.
Está em andamento o estudo fase 3 comparando esse esquema com pembrolizumabe e quimioterapia à base de platina nesse grupo de pacientes, com PD-L1 1-49% e histologia não escamosa.
Amivantamab plus chemotherapy vs chemotherapy in EGFR-mutated
Após discussão, dr. Sanjay Popat, de Londres, apresentou Amivantamab plus chemotherapy vs chemotherapy in EGFR-mutated, advanced non-small cell lung cancer after disease progression on osimertinib: Second interim overall survival from MARIPOSA-2.
Com follow up mediano de 8,7 meses o estudo MARIPOSA-2 havia atingido seu end point primário com aumento de SLP no braço tratado com a associação de amivantamabe e quimioterapia, com HR 0,48. Nesse trabalho, é reportada a segunda análise interina de sobrevida global após follow up mediano de 18,1 meses.
Essa análise mantém o favorecimento da associação de quimioterapia a amivantamabe quando comparado à quimioterapia isolada, com esse grupo a princípio demonstrando maior intervalo para progressão sintomática, para descontinuação do tratamento e terapia subseqüente.
Ainda abordando esse tópico, dr. Benjamin Besse, apresentou Mechanisms of acquired resistance to first-line amivantamab plus lazertinib versus osimertinib in patients with EGFR-mutant advanced non-small cell lung cancer: An early analysis from the phase III MARIPOSA study.
Os principais mecanismos de resistência aos TKIs de EGFR são alterações em MET e EGFR, tendo o amivantamabe potencial de alterar o espectro da resistência adquirida. Esse estudo reporta os mecanismos de resistência adquirida em pacientes que progrediram ao tratamento de primeira linha com amivantamabe e lazertinibe vs osimertinibe.
Esse trabalho conclui que, através de análise de NGS com ct DNA, a combinação de amivantamabe com lazertinibe reduziu a incidência de amplificação de MET e resistência de EGFR quando comparado ao osimertinibe, que apresentou maior complexidade de mecanismos de resistência.
Por último, dr. Alexander Drilon, de Nova Iorque, apresentou o estudo: Phase I/II ALKOVE-1 study of NVL-655 in ALK-positive (ALK+) solid tumours.
NVL-655 é um potente TKI com penetração em SNC, exibindo atividade contra fusões e mutações de ALK.
O estudo avaliou pacientes com NSCLC e ALK + e outros tumores que apresentavam fusão de ALK ou mutação ativadora.
Esse trabalho indicou resposta duradoura em pacientes previamente tratados e entre os subgrupos, incluindo resposta completa em SNC em pacientes previamente tratados com lorlatinibe, encorajando novas investigações em pacientes com menor quantidade de tratamentos prévios.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.