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Oncologia17 setembro 2024

ESMO 2024:Sessão de trabalho traz novidades sobre tratamentos de NSCLC metastático

Estudo buscou avaliar a eficácia e segurança da associação de dostarlimabe e belrestotug em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células.
Por Lethícia Prado

A primeira aula, conduzida pelo dr. David R Spigel, de Nashville, abordou o estudo: Interim analysis of GALAXIES Lung-201: Phase II, randomized, open-label platform study of belrestotug plus dostarlimab in patients (pts) with previously untreated locally advanced/metastatic (LA/M) PD-L1 high (TPS >/=50%) non-small cell lung cancer (NSCLC). 

Esse estudo buscou avaliar a eficácia e segurança da associação de dostarlimabe e belrestotug em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células, virgens de tratamento, com doença metastática ou irressecável, PD-L1 alto (TPS≥50%), EGFR/ALK wt e com história presente ou passada de tabagismo.  

Os pacientes foram randomizados para receber pembrolizumabe em dose padrão, dostarlimabe isolado 500mg ou a combinação de dostarlimabe 500mg com belrestotug em três diferentes doses: 100mg, 400mg ou 1000mg.  

O artigo conclui que existe benefício clínico visto em todos os subgrupos que utilizaram a associação, com aumento dos efeitos colaterais imunomediados, sendo estes considerados manejáveis, criando suporte para a sequência com o estudo fase 3.  

Estudo Nivolumab

Na sequência, dr. Nicolas Girard, de Paris, apresentou o trabalho Nivolumab (NIVO) plus relatlimab with platinum-doublet chemotherapy (PDCT) vs NIVO + PDCT as first-line (1L) treatment (tx) for stage IV or recurrent NSCLC: Results from the randomized phase II RELATIVITY-104 study. 

Relatlimabe é um anticorpo bloqueador de LAG-3 que restaura a função de células T e teve sua aprovação em combinação com nivolumabe para melanoma avançado. Esse foi o primeiro estudo randomizado fase 2 que avaliou o uso dessa droga em esquema de primeira linha para NSCLC.  

Foram incluídos pacientes com doença metastática, virgens de tratamento para doença avançada, EGFR, ALK e ROS1 wt. Os pacientes foram randomizados na proporção 1:1 para receber nivolumabe 360mg + doublet de platina por 4 ciclos com ou sem relatlimabe 360mg. Os grupos foram estratificados por PD-L1 (≥1% ou <1%, histologia e ECOG PS). O end point primário foi ORR.  

O estudo conclui que houve benefício clinico com a adição de relatlimabe ao esquema anti PD-1 com quimioterapia no grupo PD-L1≥1%, principalmente na histologia não escamosa, com efeitos adversos dentro do esperado.  

Está em andamento o estudo fase 3 comparando esse esquema com pembrolizumabe e quimioterapia à base de platina nesse grupo de pacientes, com PD-L1 1-49% e histologia não escamosa.  

Amivantamab plus chemotherapy vs chemotherapy in EGFR-mutated

Após discussão, dr. Sanjay Popat, de Londres, apresentou Amivantamab plus chemotherapy vs chemotherapy in EGFR-mutated, advanced non-small cell lung cancer after disease progression on osimertinib: Second interim overall survival from MARIPOSA-2. 

Com follow up mediano de 8,7 meses o estudo MARIPOSA-2 havia atingido seu end point primário com aumento de SLP no braço tratado com a associação de amivantamabe e quimioterapia, com HR 0,48. Nesse trabalho, é reportada a segunda análise interina de sobrevida global após follow up mediano de 18,1 meses. 

Essa análise mantém o favorecimento da associação de quimioterapia a amivantamabe quando comparado à quimioterapia isolada, com esse grupo a princípio demonstrando maior intervalo para progressão sintomática, para descontinuação do tratamento e terapia subseqüente.  

Ainda abordando esse tópico, dr. Benjamin Besse, apresentou Mechanisms of acquired resistance to first-line amivantamab plus lazertinib versus osimertinib in patients with EGFR-mutant advanced non-small cell lung cancer: An early analysis from the phase III MARIPOSA study. 

Os principais mecanismos de resistência aos TKIs de EGFR são alterações em MET e EGFR, tendo o amivantamabe potencial de alterar o espectro da resistência adquirida. Esse estudo reporta os mecanismos de resistência adquirida em pacientes que progrediram ao tratamento de primeira linha com amivantamabe e lazertinibe vs osimertinibe 

Esse trabalho conclui que, através de análise de NGS com ct DNA, a combinação de amivantamabe com lazertinibe reduziu a incidência de amplificação de MET e resistência de EGFR quando comparado ao osimertinibe, que apresentou maior complexidade de mecanismos de resistência. 

Por último, dr. Alexander Drilon, de Nova Iorque, apresentou o estudo: Phase I/II ALKOVE-1 study of NVL-655 in ALK-positive (ALK+) solid tumours.  

NVL-655 é um potente TKI com penetração em SNC, exibindo atividade contra fusões e mutações de ALK. 

O estudo avaliou pacientes com NSCLC e ALK + e outros tumores que apresentavam fusão de ALK ou mutação ativadora.  

Esse trabalho indicou resposta duradoura em pacientes previamente tratados e entre os subgrupos, incluindo resposta completa em SNC em pacientes previamente tratados com lorlatinibe, encorajando novas investigações em pacientes com menor quantidade de tratamentos prévios.  

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