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Oncologia27 agosto 2017

Osimertinibe é opção eficaz em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células

Entre os pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP), os inibidores do sítio da tirosina-quinase associada ao EGFR (EGFR-TKI) são a terapia padrão de primeira linha.

Por Vanessa Thees

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Entre os pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) localmente avançado com um receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), os inibidores do sítio da tirosina-quinase associada ao EGFR (EGFR-TKI) são a terapia padrão de primeira linha. Apesar da melhora na sobrevida livre de progressão (SLP) e das taxas de resposta elevadas quando comparados à quimioterapia, ocorre o desenvolvimento de resistência a esses agentes e novo crescimento tumoral.

Osimertinibe é a terceira geração de EGFR-TKI indicado para o tratamento de pacientes adultos com CPNPC localmente avançado ou metastático com mutação positiva EGFR T790M, que progrediram quando em uso ou após a terapia com EGFR-TKI. A eficácia do osimertinibe em comparação com a terapia à base de platino-pemetrexede neste subgrupo de pacientes é desconhecida.

Neste contexto, o estudo AURA3, publicado pelo The New England Journal of Medicine, foi realizado com o intuito de demostrar a superioridade de osimertinibe em relação à terapia platino-pemetrexede em pacientes com CPNPC localmente avançado e com mutação positiva EGFR T790M após o tratamento prévio com EGFR-TKI.

No total, 419 pacientes foram randomizados, sendo 279 para o grupo osimertinibe (dose de 80 mg uma vez por dia) e 140 para o grupo com terapia platino-pemetrexede.

Veja também: ‘Qual o mel­­hor tratamento para a fadiga relacionada ao câncer?’

A duração da SLP foi significativamente maior no grupo osimertinibe quando comparado com o grupo platino-pemetrexede (mediana: 10,1 meses versus 4,4 meses, hazard ratio [HR] ajustado: 0,30; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,23 a 0,41; p<0,001). Aos 12 meses, as proporções dos pacientes que estavam vivos e livre de progressão foram 44% (IC 95%: 37 a 51) e 10% (IC 95%: 5 a 17), no grupo osimertinibe e platino-pemetrexede, respectivamente.

A taxa de resposta objetiva foi significativa melhor no grupo osimertinibe (71%; IC 95%: 65 a 76) em comparação ao grupo platino-pemetrexede (31%; IC 95%: 24 a 40) (odds ratio [OR]: 5,39; IC 95%: 3,47 a 8,48; p<0,001).

Entre 144 pacientes com metástases para o sistema nervoso central, a mediana de duração da SLP foi maior entre os pacientes que receberam osimertinibe versus aqueles receberam platino-pemetrexede (8,5 meses versus 4,2 meses, HR: 0,32; IC 95%: 0,21 a 0,49).

Em relação à segurança, a proporção de pacientes com eventos adversos de grau 3 ou superior foi menor com o uso de osimertinibe (23%) do que com a terapia platino-pemetrexede (47%). Eventos adversos mais comumente relatados no grupo osimertinibe foram diarreia (41%), erupção cutânea (34%), pele seca (23%) e paroníquia (22%).

Como conclusão, os resultados desse estudo mostraram que o uso da terceira geração de EGFR-TKI apresentou uma eficácia significativamente maior do que a terapia platino-pemetrexede, apresentando melhor taxa de resposta e maior SLP, em pacientes com CPNPC localmente avançado e com mutação positiva EGFR T790M. Adicionalmente, o perfil de segurança foi favorável.

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*Esse artigo foi revisado pelo médico Eduardo Moura.

Referências:

  • Mok TS, Wu Y-L, Ahn M-J, Garassino MC, Kim HR, Ramalingam SS, et al. Osimertinib or Platinum–Pemetrexed in EGFR T790M–Positive Lung Cancer. N Engl J Med. 2016;[Epub ahead of print].
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