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Oncologia14 setembro 2024

ESMO 2024: novos estudos sobre câncer não pequenas células de pulmão

Os ensaios clínicos apresentados avaliaram tratamentos diferentes com durvalumabe, nivolumabe, tremelimumabe, entre outros.
Por Lethícia Prado

Durante o congresso da European Society for Medical Oncology (ESMO) 2024, uma sessão, no dia 13/09, no auditório Bilbao, abordou novos trabalhos sobre o tratamento de câncer não pequenas células de pulmão.

cobertura ESMO 2024: câncer não pequenas células de pulmão

CCTG BR.31

O primeiro trial foi o CCTG BR.31: A global, double-blind placebo-controlled, randomized phase III study of adjuvant durvalumab in completely resected non-small cell lung cancer (NSCLC), apresentado pelo dr. Glenwood Goss, fellow do Royal College of Physicians and Surgeons of Canada e professor emérito da University of Ottawa e Senior Clinician Scientist, do Ottawa Hospital Research Institute.

Considerando-se o impacto positivo demonstrado por trabalhos prévios com uso de inibidores de PD-1 e PD-L1 em pacientes com NSCLC no cenário adjuvante, neoadjuvante e perioperatório, esse estudo buscou avaliar o possível benefício de durvalumabe adjuvante na doença inicial, uma vez que a imunoterapia adjuvante em pacientes com doença completamente ressecada foi capaz de aumentar a sobrevida livre de doença sem ainda impactar em dados de sobrevida global.

Foram então selecionados pacientes com NSCLC EIB-IIIA (AJCC 7. ª Ed.), com ECOG PS 0-1, com doença completamente ressecada e após adjuvância com doublet de platina randomizados 2:1 para durvalumabe ou placebo por 12 meses. O endpoint primário foi sobrevida livre de doença em pacientes com PD-L1 ≥ 25% e EGFR/ALK negativos.

Os resultados de DFS no grupo PD-L1 ≥ 25% e EGFR/ALK negativos após um período médio de follow-up de 60 meses foram de 69,9 meses no grupo experimental vs 60,2 meses no braço placebo, não atingindo impacto estatístico.

O estudo conclui que durvalumabe adjuvante pós ressecção completa em NSCLC inicial e doublet de platina não trouxe impacto na sobrevida livre de doença, independente do status de PD-L1.

ADRIATIC trial

O segundo estudo foi Durvalumab (D) as consolidation therapy in limited-stage SCLC (LS-SCLC): Outcomes by prior concurrent chemoradiotherapy (cCRT) regimen and prophylactic cranial irradiation (PCI) use in the ADRIATIC Trial, apresentado por dr. Suresh Senan, da Amsterdam University Medical Centers in Netherlands.

O estudo randomizou pacientes com SCLC estádio I-III inoperáveis, ECOG PS 0-1, após quimiorradioterapia em 3 grupos: durvalumabe, placebo e a combinação de durvalumabe com tremelimumabe. O endpoint primário foi PFS e OS entre os grupos durvalumabe e placebo.

O estudo mostra que durvalumabe de manutenção trouxe impacto positivo em OS e PFS quando comparado ao placebo, apresentando variações quanto à droga usada no esquema quimioterápico (carbo x cisplatina), independente do uso de PCI.

BMS-986012

Dra. Ewa Kalinka foi responsável pela apresentação do estudo BMS-986012 (anti-fucosyl-monosialoganglioside-1 [fuc-GM1]) with carboplatin + etoposide + nivolumab (CE/NIVO) as first-line (1L) therapy in extensive-stage small cell lung cancer (ES-SCLC): Interim analysis (IA) of a randomized phase II study. Esse trabalho buscou avaliar o impacto do anticorpo monoclonal IgG1 BMS-986012, que se liga à molécula Fuc-GM1, expressa em grande parte dos tumores SCLC.

Trata-se de uma análise interina do estudo randomizado, aberto, fase 2, que comparou a adição de BMS-986012 a nivolumabe e quimioterapia, seguido de BMS-986012 e nivolumabe de manutenção vs nivolumabe e quimioterapia, seguido de nivolumabe de manutenção apenas em ES-SCLC como tratamento de primeira linha. Os endpoints primários foram segurança e PFS.

Como conclusão, observou-se impacto numérico promissor em OS no braço experimental, ainda sem que os dados reflitam em benefício estatístico, com perfil de segurança semelhante ao braço controle, exceto por quadro de prurido de graus leves apresentado pelos pacientes no grupo experimental. Há estudo fase 3 em andamento para melhor avaliação.

PECATI

O último trabalho dessa sessão foi apresentado pelo dr. Jordi Remon Masip, que trouxe o estudo PECATI: A phase II trial to evaluate the efficacy and safety of lenvatinib in combination with pembrolizumab in pretreated advanced B3-thymoma and thymic carcinoma.

Levando-se em consideração a raridade desses tumores e nas poucas opções após progressão à platina, esse estudo fase 2 de braço único buscou avaliar a segurança e eficácia da adição de lenvatinibe e pembrolizumabe em pacientes com tumores tímicos epiteliais avançados previamente tratados.

Os pacientes receberam lenvatinibe 20mg por via oral diariamente e pebrolizumabe 200mg IV a cada 3 semanas por 2 anos ou até progressão ou toxicidade. O endpoint primário foi PFS de 5 meses.

As conclusões desse estudo foram de que os pacientes apresentaram PFS de 88% em 5 meses , com melhores resultados com doses maiores de lenvatinibe nas primeiras 8 semanas. Quanto ao perfil de segurança, a toxicidade foi bem manejável, mas exigindo monitoramento próximo.

Confira todos os destaques do ESMO 2024 aqui!

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