Logotipo Afya
Anúncio
Oncologia14 setembro 2024

ESMO 2024: preservação da bexiga e biomarcadores no tratamento de neoplasia

Um simpósio do ESMO 2024 discutiu o papel dos biomarcadores no tratamento da neoplasia de bexiga, o papel do urologista e mais
Por Lethícia Prado

O congresso da European Society for Medical Oncology (ESMO) 2024 continua! Um simpósio especial aconteceu no Granada Auditorium, no primeiro dia, com o tema: Can we expand bladder preservation by optimal use of systemic therapy and biomarkers?

ESMO 2024: neoplasia de bexiga

Preservação da bexiga

A primeira aula foi apresentada pela Dra. Leslie Ballas, de Los Angeles, trazendo como background as possibilidades envolvidas no tratamento da neoplasia de bexiga, com ressecção transuretral, terapia sistêmica, radioterapia isolada ou a combinação com terapia trimodal e a questão de como decidir qual a melhor abordagem para cada paciente e quais os biomarcadores disponíveis e indicados.

Na sequência, dra. Srikala Sridhar, de Toronto, traz o tema: a terapia sistêmica ideal poderia ser adequada sem terapia locorregional?

Considerando que o câncer de bexiga músculo-invasivo é uma doença sistêmica agressiva cujo tratamento padrão é quimioterapia seguida de cistectomia radical, com aproximadamente 25% dos pacientes apresentando resposta patológica completa no momento da cirurgia, a questão apresentada é como otimizar estratégias preservadoras de bexiga e se é possível preservar mais bexigas com pCR.

A palestrante conclui que com a maior introdução de combinações de tratamento sistêmico nos pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo a questão futura será se as terapias locais ainda serão necessárias, com maior qualidade de vida mantida naqueles pacientes que conseguem preservar o órgão. E finaliza considerando a validação de biomarcadores relevantes como primordial para a melhor seleção de pacientes, assim como abordagem multidisciplinar.

Biomarcadores

A próxima aula, apresentada pela Dra. Eva Schaake, de Amsterdam, abordou o tema: Biomarcadores e previsão de resposta clínica completa.

Como background, Dra. Eva ressaltou dados prévios que trazem um prognóstico reservado naqueles pacientes com carcinoma urotelial estádio II-III com sobrevida global em 5 anos de 15-47% após cistectomia radical, com pouco avanço mesmo após quimioterapia neoadjuvante à base de platina. Nesse cenário, biomarcadores poderiam apresentar um papel relevante, contribuindo na seleção de pacientes candidatos a tratamento poupador da bexiga, especialmente naquele de risco alto.

Mesmo com vários estudos em andamento, conclui-se que os subtipos moleculares ainda não são confiáveis para a implementação na prática clínica, embora plasma ctDNA possa ser usado como preditor de resposta a nível sistêmico, assim como ctDNA urinário, mpMRI e cistoscopia para avaliação de resposta e status de doença local.

Papel do urologista

O papel do urologista nesse contexto é discutido na aula do dr. James Catto, do Reino Unido, que aborda a necessidade da correta seleção dos pacientes, o estadiamento, a resposta ao tratamento neoadjuvante, a vigilância clínica, terapias de salvamento caso necessárias e a atualização frequente com dados novos da literatura.

Essa sessão evidencia a importância do acompanhamento multidisciplinar do paciente assim como os avanços ainda em andamento para melhor definição daqueles candidatos a tratamento mais conservador.

Confira todos os destaques do ESMO 2024 aqui!

Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo