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Oncologia5 junho 2024

ASCO 2024: ADRIATIC Trial 

Durante o ASCO 2024 foi apresentado o ADRIATIC Trial, estudo com pacientes com diagnóstico de câncer de pequenas células de pulmão estágio I-III (I/II inoperáveis).
Por Lethícia Prado

A despeito do avanço no tratamento do CPNPC, o câncer de pulmão de pequenas células permanece com prognóstico reservado, com sobrevida global em torno de 25-30 meses nos pacientes com doença limitada tratados com quimiorradioterapia e sobrevida em cinco anos de 29-34%.  

Alguns estudos com resultados favoráveis, como o PACIFIC Trial com o uso de Durvalumabe de consolidação nos pacientes com CPNPC estágio III irressecável após quimiorradioterapia e o CASPIAN Trial, com aumento de sobrevida global com uso de Durvalumabe em pacientes com CPPC-doença extensa após etoposídeo e platina trouxeram o racional para que novos estudos fossem realizados com anti-PD-L1. 

O ADRIATIC Trial foi um estudo randomizado duplo cego, controlado por placebo, internacional em que foram incluídos pacientes com diagnóstico de câncer de pequenas células de pulmão estágio I-III (I/II inoperáveis), com ECOG 0-1, que não progrediram ao tratamento com quimiorradioterapia. Foi permitida a entrada de pacientes com irradiação profilática de SNC desde que antes da randomização. Este estudo foi apresentado no Annual Meeting da ASCO (American Society of Clinical Oncology). 

ADRIATIC TRIAL

Imagem de brgfx/Freepik

Metodologia do ADRIATIC Trial 

Foram incluídos 730 pacientes e randomizados 1:1:1 pós quimiorradioterapia em 3 braços: durvalumabe 1.500 mg x placebo x durvalumabe 1.500 mg + tremelimumabe 75 mg por 4 ciclos, seguido de durvalumabe 1.500 mg. O último grupo ainda não teve seus resultados divulgados e permanece cego.  

Os end points primários foram sobrevida global e sobrevida livre de progressão nos grupos durvalumabe e placebo e os end points secundários irão abranger essas mesmas análises nos grupos durvalumabe/tremelimumabe x placebo.  

Resultados 

Quanto aos resultados, o ADRIATIC Trial mostrou importante benefício, com sobrevida global de 55,9 meses no grupo tratado com durvalumabe versus 33,4 meses no grupo placebo, proporcionando quase dois anos de ganho para esses pacientes e um Hazard ratio de 0,73. 

No que diz respeito à sobrevida livre de progressão, houve também impacto positivo no grupo experimental, com mediana de 16,6 meses versus 9,2 meses com placebo, com Hazard ratio de 0,76.  

Os dados de sobrevida global e sobrevida livre de progressão mantiveram-se positivos também nas análises de subgrupo, levando-se em consideração idade, sexo, raça, esquema quimioterápico utilizado, dentre outros.  

Quanto aos efeitos adversos, ambos os grupos apresentaram taxas equivalentes de efeitos grau 3 ou 4, com maior número de eventos imunomediados no braço experimental. O principal efeito apresentado pelos pacientes foi pneumonite relacionada à radiação, semelhante em ambos os grupos.  

Considerações finais 

O uso de durvalumabe de consolidação após quimiorradioterapia em pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em estágio inicial trouxe, portanto, benefícios em sobrevida global e sobrevida livre de progressão, tornando-se o novo padrão de tratamento para esses pacientes.  

Confira os destaques do ASCO 2024!

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Referências bibliográficas

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