Relação entre distúrbios de sono e doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é a principal causa de demência de origem neurodegenerativa no mundo. Embora as manifestações clínicas cognitivas, comportamentais e funcionais sejam as mais predominantes na doença, distúrbios de sono também são encontrados como, por exemplo, a insônia.
Foi publicado na Revista JRG de Estudos Acadêmicos um estudo com objetivo em avaliar a relação entre distúrbios de sono e doença de Alzheimer, que foi conduzido pela Afya Faculdade de Ciências Médicas de Jaboatão em Pernambuco.
Métodos
Trata-se de uma revisão integrativa, que foi submetida às seguintes etapas:
- a) Identificação do tema e formulação da questão da pesquisa;
- b) Estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão;
- c) Coleta dos dados que serão extraídos dos estudos;
- d) Análise crítica dos estudos selecionados;
- e) Interpretação dos resultados;
- f) Apresentação da síntese estabelecida e revisão dos conteúdos.
O principal objeto da pesquisa foi investigar a relação entre insônia e doença de Alzheimer através de busca realizada em plataformas de dados como a Scielo, PubMed e LILACS, com estratégia de pesquisa esquematizada em palavras-chave como “insônia”, “sintomas neuropsiquiátricos”, “distúrbios de sono” e “Alzheimer”.
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Foram incluídos artigos publicados em inglês, com ensaios clínicos que abordassem a temática referente à essa revisão, publicados e indexados nos últimos dez anos. Foram excluídos artigos em forma de apostilas, cartas e editoriais, artigos de revisão integrativa, dissertações e teses. Após a elegibilidade dos artigos científicos, foi realizada a remoção de duplicatas, leitura dos títulos, leitura dos resumos e também foram excluídos aqueles que não atenderam aos critérios de inclusão após a leitura na íntegra. Em seguida, prosseguiu-se com a extração dos principais pontos de análise do artigo elegíveis, com planilhamento do título, do objetivo, dos principais resultados e da conclusão.
Resultados e considerações
A pesquisa reuniu 27 artigos na SciELO, 397 na PubMed e 76 artigos na base de dado LILACS. Considerando os critérios de inclusão e exclusão dessa pesquisa, nove artigos foram analisados e expostos em uma tabela como resultado.
Essa revisão integrativa traz um holofote sobre distúrbios de sono, como a insônia, serem sintomas relativamente comuns em doença de Alzheimer. Considerando a DA como doença sem uma terapia curativa até o momento, o grande objetivo das terapias disponíveis é ofertar ao paciente qualidade de vida e melhora das queixas cognitivas. Manejar os distúrbios de sono nessa população possibilita alcançar parte desse objetivo. Essa revisão, como já mencionada, é uma revisão integrativa, e não sistematizada, o que pode favorecer alguns vieses como o de seleção dos artigos.
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Os autores realizam uma ressalva importante: o manejo não farmacológico de insônia, através de medidas comportamentais da higiene de sono, deve ser considerado como intervenções de primeira-linha em pacientes com doença de Alzheimer. Em casos de persistência desses distúrbios a despeito da realização de higiene de sono, terapia farmacológica como trazodona e antagonistas de receptor de orexina, podem ser drogas interessantes nessa população.
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