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Neurologia13 abril 2023

Reiniciação da terapia modificadora da esclerose múltipla no pós-parto

Estudo trouxe evidências de que não reiniciar as terapias para Esclerose Múltipla geraria um maior risco de surto no pós-parto.

O risco de surto na esclerose múltipla (EM) diminui ao longo da gravidez, mas aumenta nos meses imediatamente após o parto, de acordo com dados apresentados na reunião anual do Comitê das Américas para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (ACTRIMS) em San Diego, Estados Unidos.

Leia também: Efeitos adversos perinatais e tratamento materno com opioides no pós-parto

Reiniciação da terapia modificadora da esclerose múltipla no pós-parto

Novo estudo

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF) e outros centros também evidenciaram que não reiniciar as terapias para EM estava associado a um maior risco de surto no pós-parto.

Métodos e resultados encontrados

Identificaram em bancos de dados 944 mulheres com esclerose múltipla com idade entre 18 e 55 anos na data do parto. Mais de um terço (36,3%) estava usando terapia modificadora de doença (DMT) seis meses antes da concepção, mas o uso de DMT caiu para 17,9%, 5,3% e 5,8% durante o primeiro, segundo e terceiro trimestres, respectivamente.

O uso de DMT no pós-parto aumentou em relação ao período durante a gravidez, mas não voltou aos níveis anteriores à concepção — 20,9% de zero a três meses após o parto e 24,4% de quatro a seis meses após o parto.

Os pesquisadores relataram que 8,7% das mulheres tiveram um surto seis meses antes da concepção, em comparação com 1,2% durante o primeiro trimestre, 0,9 % no segundo e 1,1% no terceiro. As recaídas aumentaram logo após o parto, para 6,5% nos primeiros três meses, antes de cair para 5,4% no período de quatro a seis meses após o parto.

O risco de surto pós-parto foi menor entre aquelas que reiniciaram seus DMTs em comparação com aquelas que não o fizeram — 5,2% a 10,9% (p = 0,018).

Das pacientes que não retomaram DMTs, o risco de recaída pós-parto foi maior do que o risco antes da concepção, exceto no caso de ocrelizumabe, embora os pesquisadores enfatizaram que o resultado deve ser interpretado com cautela devido ao pequeno tamanho da amostra do subgrupo.

Por outro lado, das pacientes que retomaram o uso de DMT após o parto, a porcentagem com surtos foi menor em comparação com os seis meses anteriores à concepção em DMTs, exceto fingolimod.

Saiba mais: Esclerose múltipla e a terapia canábica

Conclusão

Os autores afirmam que a decisão sobre quando reiniciar o DMT é individual, dependendo se a mulher planeja amamentar e do perfil de segurança da terapia para a lactação. Se uma mulher não planeja amamentar, o DMT deve ser iniciado nas primeiras semanas após o parto, caso ela planeja amamentar, idealmente, o DMT selecionado teria um início de ação rápido — um curto intervalo terapêutico — e seria transferido apenas em quantidades mínimas para o leite materno.

Mensagem prática

Esses dados reiteram a necessidade de considerar a saúde da mãe e do bebê ao gerenciar a gravidez de alguém com EM e se engajar na tomada de decisão compartilhada com mulheres com EM que planejam engravidar.

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Referências bibliográficas

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