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Ginecologia e Obstetrícia30 março 2023

Efeitos adversos perinatais e tratamento materno com opioides no pós-parto

Artigo avalia o risco de efeitos adversos em neonatos, filhos de mães que receberam prescrição/tratamento de opioides no período pós-parto.

A maioria das mulheres na América do Norte inicia a amamentação no pós-parto imediato e muitas delas recebem a prescrição de opioides nesse período. Todos os opioides passam através do leite materno em pequenas quantidades, embora não o suficiente que se espera causar problemas respiratórios ou depressão do sistema nervoso central para os lactentes.

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Alguns relatos isolados apresentaram casos de toxicidade neonatal pelo uso materno de opioides, porém, levantando a hipótese de provável uso exagerado dessas drogas.

O artigo, publicado no BMJ e aqui descrito, então, objetivou examinar a associação do uso de opioides por mulheres no período pós-parto e o aumento dos riscos de efeitos adversos neonatais.

Efeitos adversos perinatais e tratamento materno com opioides no pós-parto

Metodologia

Trata-se de um estudo de coorte, realizado em Ontário, Canadá, de setembro de 2012 a março de 2020.

O estudo incluiu mães que tiveram o parto nesse período, apenas de gestações únicas e que tiveram a alta conjunta com o neonato em até 7 dias do parto. As mulheres que receberam a prescrição de opioides nos primeiros sete dias pós-parto foram elegíveis para coleta de dados para esse estudo. Os opioides analisados foram morfina, tramadol, codeína, fentanil e oxicodona.

O desfecho primário foi a readmissão hospitalar de bebês por qualquer motivo dentro de 30 dias do preenchimento de uma receita de opioides. Os desfechos secundários foram relacionados a outros problemas de saúde relatados com esses neonatos, incluindo óbito.

Resultados

Foram analisados dados de 85.675 mulheres que receberam prescrição de opioide e obtiveram a medicação dentro de sete dias após a alta hospitalar (pós-parto) e comparado com um grupo controle que não havia recebido tal prescrição.

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Dos neonatos admitidos no hospital dentro de 30 dias, 2.962 (3,5%) nasceram de mães que preencheram uma prescrição de opioides em comparação com 3.038 (3,5%) nascidas de mães que não o fizeram. Filhos de mães que receberam prescrição de um opioide não eram mais propensos a ser hospitalizados por qualquer motivo do que crianças de mães que não receberam prescrição de opioides (razão de risco 0,98, IC 95% 0,93 a 1,03) e eram, ligeiramente, mais propensos a serem levados para um serviço de emergência nesse período de 30 dias (1,04; 1,01 a 1,08).

Conclusões

O estudo não encontrou associação da prescrição de opioides para mulheres no período pós-parto e desfechos desfavoráveis neonatais.

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Referências bibliográficas

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