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Infectologia15 junho 2018

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A incidência de dengue vem aumentando, apresentando surtos epidêmicos nos grandes centros e acarretando custos de saúde pública ainda mais elevados.

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A incidência de dengue vem aumentando a cada dia, apresentando surtos epidêmicos nos grandes centros e acarretando custos de saúde pública ainda mais elevados. O quadro clínico clássico é caracterizado, principalmente, por febre por, pelo menos, cinco dias; dor retro-ocular; mialgia; artralgia; rash cutâneo; sintomas gastrointestinais (dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia). Quanto às complicações, as mais frequentes envolvem os fenômenos hemorrágicos, sobretudo, o choque hipovolêmico.

No entanto, as manifestações neurológicas dessa infecção viral estão sendo cada vez mais descritas. Infelizmente, ainda são pouco reconhecidas e, por isso, o atraso diagnóstico é comum. As alterações, geralmente, são subdividas em:

  • Encefalopatia por choque, hipóxia/hemorragia e edema cerebral, distúrbios hidroeletrolíticos, falências renal e/ou hepática (confusão mental, convulsões);
  • Encefalite por invasão direta do vírus (sinais neurológicos focais);
  • Desmielinização ou vasculite imunomediadas (como Guillain-Barré).

Os critérios diagnósticos da encefalite por dengue compreendem:

  • Dados clínicos compatíveis com encefalopatia febril;
  • Anticorpos IgM positivos no sangue ou no líquor;
  • Exclusão de outras causas de encefalite viral.

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A avaliação neurológica por imagem deve ser feita com ressonância magnética. As principais alterações incluem hipersinal bilateral em T2 e FLAIR, vistas especialmente na região gangliotalâmica. Outras possíveis regiões acometidas são os hipocampos, a ponte, o cerebelo e o corpo caloso. Micro-hemorragias podem ocorrer em pacientes com encefalite aguda hemorrágica.

Os achados não são específicos de alterações causadas pelo vírus dengue, por isso deve-se fazer diagnóstico diferencial, especialmente, com outras encefalites virais (como a causada pelo herpes) e com a encefalomielite disseminada aguda (ADEM).

Apesar de não haver tratamento específico para a dengue, levantar a suspeita dessa doença como diagnóstico diferencial diante de manifestações neurológicas no curso de doença viral ou pós-viral é essencial para o reconhecimento precoce de formas graves, permitindo o tratamento sintomático e prevenindo complicações.

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