O câncer de colo uterino ainda é preocupante em países em desenvolvimento como o Brasil. Precisamos melhorar o rastreamento, o diagnóstico e a conduta precoce para que possamos melhorar os índices de morbidade e mortalidade relacionados à essa patologia. Diversos estudos correlacionam menores taxas de recidiva e melhor prognóstico em mulheres que realizaram vacinação com a vacina do HPV adjuvante após a traquelectomia.
Em abril de 2023 foi publicado um artigo na Obstetrics & Gynecology com objetivo de examinar a relação custo-eficácia da vacinação contra o HPV após o procedimento excisional em comparação com a ausência de vacinação.
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Métodos
Os pesquisadores construíram um modelo analítico de decisão (TreeAge Pro 2021) para comparar os resultados entre os pacientes que foram submetidos a um procedimento excisional seguido de vacinação nonavalente contra o HPV com aqueles submetidos a um procedimento excisional sem vacinação.
Resultados
Na coorte teórica, realizada pelos autores, de pacientes submetidos a um procedimento excisional, a estratégia de vacinação contra o HPV foi associada a 17.281 menos recorrências de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) (8.360 casos a menos de NIC 1 e 8.921 casos a menos de NIC 2 ou 3), 26.203 menos casos de Pap testes (1.025.368 vs 1.051.570), 17.281 menos colposcopias (20.588 vs 37.869) e 8.921 menos procedimentos excisionais (4.779 versus 13.701). A estratégia de vacinação foi associada a um custo maior de US$ 135 milhões. A vacinação foi uma estratégia custo-efetiva, com uma taxa de custo-efetividade incremental de $ 29.181 por QALY, em comparação com a ausência de vacinação.
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Conclusão e mensagem prática
De acordo com os autores, a vacinação contra o HPV para pacientes com procedimento excisional anterior levou a melhores resultados e foi custo-efetiva. Sugerindo assim que os médicos devem considerar a oferta da série de três doses da vacina contra o HPV a pacientes submetidos a um procedimento excisional para diminuir o risco de recorrência de NIC e suas sequelas.
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