Em países em desenvolvimento, como o Brasil, a incidência de infecção pelo papilomavírus humano (HPV) continua crescendo, mesmo com o advento da vacina. De acordo com o Ministério da Saúde, 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas pelo HPV. Sendo este vírus o responsável pelo câncer de colo uterino, é de suma importância trabalharmos na prevenção da infecção e na reincidência de lesões.
Em junho de 2022 foi publicada uma revisão crítica da literatura sobre a vacina terapêutica contra o HPV, na revista Medicine. Os autores realizaram uma revisão com o objetivo de analisar a eficácia da vacina contra o HPV no tratamento de lesões do trato genital inferior feminino e sua possível aplicação na prática clínica.
Resultados
O desenvolvimento de vacinas terapêuticas representa um desafio interessante para o tratamento da infecção pelo HPV do trato genital inferior. Segundo os pesquisadores, os dados apontam que a proteína L2 pode ser um alvo importante e promissor no desenvolvimento das vacinas terapêuticas contra o HPV, mas os possíveis pontos fortes e a longevidade incerta da resposta do sistema imunológico L2 são fatores a serem considerados antes do uso clínico. Desse modo, a vacina contra o HPV pode diminuir a chance de reincidência de lesões causadas pelo vírus tanto no trato genital, quanto na cavidade oral e no reto.
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Mensagem prática
Mesmo com essas evidências, são necessários mais estudos para elaborar um protocolo do uso terapêutico da vacina contra o HPV, para sabermos se realmente existe a diminuição de reincidência de lesões e de evolução para câncer de colo uterino.
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