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Infectologia23 agosto 2023

Vacina contra gripe: são todas iguais?

A vacinação contra o vírus Influenza é a medida de prevenção mais eficaz da infecção, representando uma importante medida de saúde pública.

Por Raissa Moraes

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Sanofi de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

A gripe, infecção causada pelo vírus Influenza, é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Estima-se que as epidemias sejam anualmente responsáveis por até 5 milhões de casos graves e até 650 mil mortes 1. A média de mortalidade anual gira em torno de 0,1 a 6,4 por 100 mil pacientes com menos de 65 anos, subindo para 2,9 a 44 por 100 mil pacientes entre 65 a 74 anos e chegando a 17,9 a 223,5 por 100 mil para pessoas com mais de 75 anos 1. A maior parte dos pacientes com gripe apresentará sintomas autolimitados do trato respiratório superior com ou sem sinais sistêmicos. Entretanto, menores de 5 anos, maiores de 65 anos, gestantes e indivíduos com comorbidades prévias (ex: diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, neoplasias) podem evoluir com quadros mais graves 1,2.

 Vacinação para prevenção de casos graves

A vacinação contra o vírus Influenza é a medida de prevenção mais eficaz da infecção e também de suas complicações, representando uma importante medida de saúde pública 1,3. Dessa forma, o Comitê Assessor sobre Práticas de Imunização (ACIP, da sigla em inglês) recomenda a vacinação contra a gripe para todas as pessoas a partir dos 6 meses de idade 4. Como o vírus Influenza sofre mutações, as formulações das vacinas são atualizadas anualmente de forma que se mantenha o efeito protetor esperado. As mudanças são feitas conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP), órgão da União Europeia 1.

Diferença entre vacinas Trivalente e Tetravalente para Influenza

Até 2012, as vacinas produzidas contra a gripe eram trivalentes, ou seja, protegiam contra três cepas diferentes (duas cepas de Influenza A e uma Influenza B); esse é o tipo de vacina que temos disponível no Sistema Único de Saúde atualmente. Porém, nas últimas duas décadas, duas linhagens distintas de influenza B entraram em circulação de forma concomitante, o que tornou difícil a previsão de qual cepa incluir na vacina anual. Como resultado, a cepa da linhagem circulante e da vacina diferiram em 25% das vezes 5. Dessa forma, a partir de 2012, foram licenciadas as vacinas tetravalentes, que além de terem as cepas presentes na trivalente, apresentam cobertura para mais uma cepa de Influenza B 1,5. As vacinas tetravalente no momento encontram-se disponíveis apenas na rede privada.

Vacinas comuns versus Vacinas de alta concentração de antígenos

A imunogenicidade e eficácia das vacinas diferem de acordo com a idade e resposta imune individual. Levando isso em consideração, em 2009 foram lançadas nos EUA as vacinas trivalentes de alta concentração de antígenos. Todas as vacinas disponíveis contra a gripe são inativadas e cultivadas em ovos de galinha embrionados. O que difere a vacina de alta concentração das demais é que ela tem 60 microgramas de hemaglutinina A (HA) de cada uma das cepas de Influenza, em vez de apenas 15 microgramas. Assim, ela é mais eficaz na população com mais de 60 anos, que apresenta uma resposta imune inferior pela imunossenescência e doenças crônicas 5,6.

Revisões sistemáticas e metanálises foram realizadas ao longo de 10 anos, acompanhando mais de 34 milhões de indivíduos com idade superior a 65 anos. Esses trabalhos tornaram evidente que a vacina de alta concentração se mostrou 24% mais eficaz nessa população que as de dose padrão 5,6. Também foi observada uma redução em 27% das hospitalizações por pneumonia, 18% das internações por causas cardiorrespiratórias e 8% das hospitalizações em geral 6,7,8.

Conclusão

Diante do exposto, a vacina tetravalente de alta concentração de antígenos se faz indicada para prevenção de Influenza A e B em pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Essa formulação foi amplamente estudada, demonstrando ser mais eficaz na prevenção de novos casos e também das possíveis complicações causadas pelo vírus Influenza5.  No entanto, essa formulação no momento só está disponível na rede privada.

Autoria

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Raissa Moraes

Editora médica de Infectologia da Afya ⦁ Médica do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Mestrado em Pesquisa Clínica pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Infectologista pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense

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