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É fato que a imunização é responsável pelo controle e até mesmo pela erradicação de doenças. Alguns fatores dificultaram a elaboração de uma vacina eficaz contra a dengue, como a existência de quatro sorotipos e a dificuldade de um modelo animal. A eficácia da proteção é de 66%, aumenta na exposição prévia e varia com gravidade, idade e sorotipo.
A Dengvaxia foi aprovada pela Anvisa em 2015 após 20 anos de desenvolvimento. A vacina é recombinante, tetravalente, elaborada a partir do vírus da febre amarela, acrescida a proteína de envelope de cada sorotipo e liofilizada. O intervalo do esquema é de 0, 6 e 12. Com relação aos dados de segurança da vacina, não foi identificado evento adverso sério.
Devem ser introduzidas em áreas com alta prevalência. São indicadas para idades de 9 a 45 anos, por não haver dados de segurança e eficácia fora dessa faixa etária.
Em comunicado de 29 de novembro de 2017, a Anvisa relatou que a vacina não deve ser aplicada em indivíduos soronegativos e registrou as modificações pertinentes em sua bula. Estudos feitos pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, fabricante da Dengvaxia, mostraram que a vacina causou aumento do risco de dengue severa e de hospitalização em quem nunca teve a doença.
Dessa forma, a imunização torna-se uma aliada a mais na profilaxia, estando indicada atualmente para indivíduos sabidamente já expostos e que vivem em áreas endêmicas, não sendo recomendada para os não expostos. Os que iniciaram e não completaram o esquema devem ser analisados individualmente. Programas públicos de vacinação devem avaliar risco-benefício, de acordo com a endemicidade.
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Referências:
- XX Congresso Brasileiro de Infectologia – Principais benefícios clínicos da primeira vacina contra dengue
- Entendendo a dengue. Dr Alberto Chebabo
- Dengvaxia: eficácia contra a dengue grave e experiência de uso Dr Edson Moreira. Nota técnica Sociedade Brasileira de Infectologia, 20/12/17.
- Nota de esclarecimento da ANVISA, 29/11/17.
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