A vacina pneumocócica é uma vacina inativada que confere proteção contra infecções causadas pelo Streptococcus pneumoniae (pneumococo). Este patógeno é um agente etiológico frequente de pneumonia e de outras infecções invasivas graves.
Proteção vacinal
A vacinação reduz substancialmente o risco de hospitalização e mortalidade decorrentes de infecções pneumocócicas graves. Evidências indicam que a imunização pode diminuir em quase 50% o risco de óbitos relacionados à pneumonia pneumocócica. Importante destacar que essa vacina não confere proteção contra outras infecções respiratórias, como influenza, covid-19, vírus sincicial respiratório (RSV) ou pneumonias bacterianas causadas por outros agentes; portanto, a vacinação anual contra influenza e outras imunizações recomendadas permanece essencial.
Diversos sorotipos do pneumococo podem causar doença. Assim, a proteção conferida contra um determinado sorotipo não impede infecções por outros. Vacinas anteriores, como PPSV23 e PCV13, não abrangem todos os sorotipos associados à doença pneumocócica. Para ampliar a cobertura, novas vacinas foram introduzidas em 2021 (PCV15 e PCV20) e em 2024 (PCV21), oferecendo proteção contra sorotipos adicionais não incluídos nas formulações anteriores.
Efeitos colaterais da vacina
Efeitos adversos são comuns, porém geralmente leves. A manifestação mais frequente é dor ou eritema no local da injeção. Efeitos menos comuns incluem febre, fadiga, mialgia e cefaleia, em geral menos intensos do que aqueles associados às vacinas contra influenza ou herpes-zóster. Esses sintomas costumam ser autolimitados e podem ser manejados com analgésicos ou antitérmicos comuns, desaparecendo em 24–48 horas. Reações alérgicas graves são extremamente raras, mas possíveis.

Quem deve tomar a vacina pneumocócica?
Todos os adultos com 50 anos ou mais que ainda não foram vacinados devem receber uma das vacinas mais recentes: PCV21 (ainda não disponível no Brasil), PCV20 ou o esquema sequencial PCV15 seguido de PPSV23. Adultos com menos de 50 anos também podem ser candidatos à vacinação caso apresentem condições clínicas que aumentem o risco de doença pneumocócica, incluindo:
- Diabetes mellitus;
- Doenças crônicas cardíacas, pulmonares, hepáticas ou renais;
- Tabagismo ativo ou consumo excessivo de álcool;
- Imunossupressão devido a condições clínicas ou uso de medicamentos;
- Ausência ou remoção prévia do baço;
- Histórico de fístula liquórica ou implante coclear.
A maioria dos adultos previamente vacinados com PPSV23 e/ou PCV13 pode necessitar de um reforço com uma das vacinas de nova geração, uma vez que cada formulação confere proteção contra diferentes sorotipos.
Autoria

Raissa Moraes
Editora médica de Infectologia da Afya ⦁ Médica do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Mestrado em Pesquisa Clínica pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Infectologista pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense
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