As primeiras gerações de vacinas basearam-se em métodos de exposição à antígenos (RNA mensageiro, vírus morto, vírus atenuado, vetor viral) com posterior geração de resposta imune e formação de memória imunológica. A vacinação com esse tipo foi muito efetiva em evitar formas graves, porém não impediram a contaminação e transmissão viral, principalmente das novas variantes. Assim, ao longo da pandemia, foram criadas vacinas contra variantes específicas, de acordo com o surgimento das novas cepas. Temos como exemplo as da Pfizer e Moderna, que deram início as vacinas bivalentes (vírus original e variante ômicron).
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A próxima geração
As novas vacinas em desenvolvimento objetivam preencher as lacunas das gerações anteriores, otimizando a resposta imune e conferindo imunidade mais duradoura, além de cobertura a diversas variantes, com menos efeitos colaterais e menor necessidade de doses possível. Por isso, elas têm recebido o nome de vacinas de ampla proteção e são baseadas em proteínas virais estáveis e comuns às diversas variantes.
Novas tecnologias
Os times da Universidade de Washington e do Instituto de Tecnologia da Califórnia iniciaram o desenvolvimento de uma vacina em mosaico com uso de nanopartículas que possuem o domínio de ligação ao receptor do hospedeiro (RBD) de diversas cepas do SARS-Cov-2.
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As células humorais reconhecem, então, essas nanopartículas com RBDs variados, produzindo anticorpos contra uma ampla gama de cepas. Além disso, há também a busca por outras proteínas antigênicas diferentes da proteína spike, onde estão situados os RBDs.
Vacinas com autoamplificação de RNA mensageiros também estão sendo avaliadas e teriam o potencial de amplificar a produção de anticorpos pois um RNA mensageiro na presença de uma replicase geraria diversos RNAs mensageiros que, por sua vez, levariam a maior produção de antígenos. Assim, a resposta imune seria amplificada e, ao que os estudos apontam, seria também mais duradoura. Estudos com esse tipo de vacina estão em fase 3 desde abril de 2022 pela Arctus Therapeutics.
Vale também ressaltar as pesquisas que avaliam o uso da via nasal como forma de aplicação, tentando mimetizar a transmissão viral e objetivando maior conforto e facilidade na aplicação.
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