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Infectologia16 julho 2025

IAS 2025 - Novas recomendações OMS para profilaxia pós-natal de HIV e Mpox

Guidelines da OMS apresentados no IAS 2025, discutem aspectos no cuidado de pessoas com HIV, além de pós-natal de crianças expostas ao HIV e à coinfecção com Mpox

Os novos guidelines da Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentados no IAS 2025, também discutem outros aspectos importantes no cuidado de pessoas vivendo com HIV, trazendo novas recomendações em relação à profilaxia pós-natal de crianças expostas ao HIV e à coinfecção com Mpox. 

Confira as principais atualizações: 

Profilaxia pós-natal e medidas de prevenção de transmissão vertical 

Dois pilares permanecem inalterados: 

– Terapia antirretroviral (TARV) deve ser iniciada de forma urgente em todas as gestantes e lactantes vivendo com HIV, mesmo se forme identificadas tardiamente, porque reduzir a carga viral materna é a forma mais eficaz de prevenir a transmissão vertical de HIV. 

– Estratificação de risco no momento do parto para ajudar a identificar crianças com baixo ou alto risco para infecção pelo HIV. São consideradas crianças de alto risco aquelas: 

  • Nascidas de mulheres vivendo com HIV com < 4 semanas de início de TARV antes do parto 
  • Nascidas de mulheres vivendo com HIV com CV > 1000 cópias/mL 
  • Nascidas de mulheres com infecção incidente por HIV durante gestação ou amamentação 
  • Nascidas de mulheres com diagnóstico de infecção pelo HIV no período pós-parto, independente de resultado de teste de HIV no período pré-natal. 

– Para todas as crianças de baixo risco expostas ao HIV, o novo guideline recomenda profilaxia com nevirapina (NVP) por 6 semanas, com dolutegravir (DTG) ou lamivudina (3TC), também por 6 semanas, como alternativas. 

– Para as crianças de alto risco, a OMS recomenda profilaxia com um regime de 3 drogas: abacavir (ABC), lamivudina (3TC) e dolutegravir (DTG) por 6 semanas. 

– Para as crianças de alto risco que são amamentadas, a OMS recomenda continuar profilaxia com NVP durante o período de amamentação ou, no mínimo, até a mãe alcançar níveis indetectáveis de CV. DTG e 3TC são alternativas nessa situação. 

– As recomendações para uso de TG aplicam-se somente a crianças a termo (> 37 semanas). 

– No contexto de CV materna indetectável e profilaxia pós-natal nos recém-nascidos, o risco de transmissão vertical de HIV é muito baixo e, em cenários em que o risco de desnutrição é muito alto, a OMS já recomendava amamentação. 

– No novo guideline, a OMS recomenda que, no contexto em que a substituição da alimentação do recém-nascido de mãe vivendo com HIV é a política oficial, amamentação seja oferecida como opção para as mulheres em uso regular de TARV e com CV indetectável (decisão informada e medidas de apoio à escolha da mulher devem ser fornecidos). 

Leia mais: IAS 2025 – Novas recomendações da OMS para tratamento de HIV e PrEP

HIV e Mpox 

– Pessoas vivendo com HIV (PVHIV) têm risco maior de mortalidade para todas as causas comparadas com pessoas sem infecção pelo HIV no contexto de Mpox. 

– PVHIV e baixa contagem de CD4 têm maior risco de desenvolver Mpox grave. 

– A OMS recomenda o início rápido de TARV em PVHIV com Mpox que sejam virgens de tratamento ou que tenham tido interrupção prolongada de TARV, preferencialmente em até 7 dias. 

– Recomenda-se testagem de HIV em pessoas com casos suspeitos ou confirmados de Mpox. 

– Em PVHIV que já estejam em uso de TARV e que estejam com CV indetectável, recomenda-se manter o tratamento sem interrupção ou mudanças. 

O novo guideline da OMS para manejo e prevenção de infecção pelo Mpox está disponível para consulta no seguinte link: https://www.who.int/publications/i/item/B09434 

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