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Infectologia12 março 2025

CROI 2025: O que sabemos sobre HIV e menopausa?

O CROI 2025 dedicou uma plenária para discutir a interação entre a infecção pelo HIV e a menopausa.

Com as melhorias no tratamento antirretroviral (TARV), cada vez mais os profissionais envolvidos com cuidados de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) têm que lidar com problemas associados ao envelhecimento. 

Entre essas questões, sintomas e alterações fisiológicas relacionados à menopausa se destacam, tanto por sua alta frequência como pela dificuldade em seu controle e manejo. 

O CROI 2025 dedicou uma plenária para discutir a interação entre a infecção pelo HIV e a menopausa.

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Destaques

  • A menopausa pode influenciar a qualidade de vida e a saúde mental de mulheres vivendo com HIV, com exacerbação de sintomas de condições como depressão e ansiedade. 
  • Muitos dos sintomas da menopausa podem ser semelhantes aos causados por eventos adversos relacionados à TARV ou serem confundidos com sintomas relacionados ao envelhecimento. Os sintomas de menopausa parecem ser mais graves em PVHIV. 
  • O estradiol exerce papel fundamental na regulação do ciclo menstrual, desenvolvimento dos seios, sistema neurológico, sistema musculoesquelético, sistema vascular, entre outras funções. 
  • O período de perimenopausa é caracterizado por rápido declínio nos níveis de estradiol e rápido incremento nos níveis de FSH, sendo um período de transição entre a fase pré-menopausa e o encerramento do ciclo menstrual. É a fase em que mais ocorrem sintomas agudos, principalmente nos períodos mais tardios. 
  • A menopausa está associada a mudanças na composição corporal, com aumento na proporção de gordura e redução de massa magra. 
  • Comparadas com a população geral, mulheres que vivem com HIV na menopausa apresentam mais efeitos cardiovasculares, menor frequência de distúrbios neurológicos e a mesma proporção de sintomas geniturinários. 
  • Não há informações suficientes para dizer se mulheres que vivem com HIV entram na menopausa antes do que mulheres sem infecção. As mulheres que vivem com HIV apresentam maior frequência de amenorreia do que a população geral por outras condições, o que dificulta a padronização e comparação de estudos clínicos sobre menopausa nessa população. 
  • A intensidade de fogachos parece ser maior nas mulheres com HIV e os sintomas podem ser semelhantes a sintomas relacionados à infecção, seu tratamento ou às suas consequências. A ocorrência de fogachos também está associada a menores taxas de adesão à TARV, pior função neurocognitiva e elevada prevalência de sintomas de depressão. 
  • Entre as mulheres sem infecção pelo HIV, terapia de reposição hormonal pode ser considerada como uma opção de tratamento para sintomas moderados a graves nas que possuem menos de 60 anos de idade ou que estão nos primeiros dez anos de menopausa e estão saudáveis. 
  • O risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares relacionado à terapia de reposição hormonal é maior na pós-menopausa e em mulheres com mais de 60 anos. 
  • Mais dados de Pk são necessários, mas o tipo de TARV pode interferir com os níveis séricos de hormônios usados na reposição hormonal e talvez ajustes de dose sejam necessários na população que vive com HIV. 
  • O estradiol tem efeitos diretos e indiretos mediados por múltiplos receptores, incluindo alguns localizados em células imunes. Esses receptores estão presentes em diferentes células e em diferentes proporções. Por esse motivo, a menopausa parece estar associada também a efeitos na função imune e mesmo nos reservatórios de HIV. 
  • Estudos com citocinas sugerem que o período de perimenopausa está associado a maior inflamação. 
  • Ao mesmo tempo, o perfil de células imunes – inclusive no perfil de células T-CD4 – parece mudar ao longo da idade reprodutiva, com maior expressão de marcadores inflamatórios no período de perimenopausa. 
  • Da mesma forma, o comportamento do reservatório de HIV se altera ao longo da idade reprodutiva, com possíveis aumentos de atividade na perimenopausa. 
  • Alguns estudos sugerem que o estradiol pode interferir com a atividade dos reservatórios de HIV, com aumento na latência da expressão de genes do HIV, mas os efeitos não parecem ser resultado de ação direta do hormônio.

Confira aqui as principais discussões do CROI 2025!

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