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Infectologia8 novembro 2022

Colchicina e a combinação de rivaroxabana e aspirina em pacientes com covid-19

Estudo avaliou terapia com colchicina e combinação de rivaroxabana e aspirina para evitar a progressão da covid-19 em pacientes internados.

A covid-19 é conhecidamente acompanhada por uma resposta imune desregulada e hipercoagulabilidade nos pacientes. Intervenções que visam atacar diretamente o vírus e aquelas que suprimem a inflamação podem prevenir a progressão da doença muitas vezes, mas não são acessíveis e podem estar associadas com toxicidade e risco à vida.

Leia também: A aspirina é ainda um tratamento efetivo na prevenção de eventos cardíacos?

Um estudo publicado na revista Lancet teve como objetivo avaliar a terapia antiinflamatória com colchicina e a terapia antitrombótica a partir da combinação de rivaroxabana e aspirina para prevenção da progressão da doença em pacientes internados com covid-19.

Colchicina e a combinação de rivaroxabana e aspirina em pacientes com covid-19

Métodos

Foi um estudo aberto, randomizado e controlado realizado em 62 centros e 11 países. Foram incluídos pacientes com idade mínima de 18 anos com covid-19 sintomático e confirmado laboratorialmente que estavam dentro de 72 horas de internação ou piora clínica e foram randomizados para receber colchicina 1,2 mg seguido de 0,6 mg duas horas após. Depois a dose de 0,6 mg duas vezes ao dia por 28 dias versus cuidados usuais.

Em uma segunda randomização foi analisada a combinação de rivaroxabana 2,5 mg duas vezes ao dia junto com aspirina 100 mg uma vez ao dia por 28 dias versus cuidados habituais.

O desfecho primário avaliado para a randomização de colchicina foi a necessidade de oxigênio de alto fluxo, ventilação mecânica ou morte; e para a randomização de rivaroxabana mais aspirina foi o composto de trombose maior (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, isquemia aguda de membro ou embolia pulmonar), e necessidade de alto fluxo de oxigênio, ventilação mecânica ou morte.

Saiba mais: Covid-19: Fiocruz detecta caso de BQ.1, nova sublinhagem da ômicron

Resultados

Foram, no total, 2.749 pacientes aleatoriamente designados para o estudo. No geral, 368 (28,2%) dos 1.304 pacientes alocados para colchicina e 356 (27,2%) de 1.307 alocados para controle tiveram um desfecho primário (razão de risco [HR] 1,04, IC 95% 0,90–1,21, p=0,58); e 281 (26,4%) de 1.063 pacientes alocados para a combinação de rivaroxabana e aspirina e 300 (28,4%) de 1.056 alocados para controle tiveram um desfecho primário (HR 0,92, IC 95% 0,78–1,09, p=0·32).

Os resultados foram consistentes em subgrupos definidos pelo estado de vacinação, gravidade da doença na linha de base e tempo.

Não houve eventos adversos graves nos dois grupos e entre os pacientes hospitalizados com covid-19, nem a colchicina nem a combinação de rivaroxabana e aspirina previne a progressão da doença ou morte. A falta de evidência do benefício da colchicina e da combinação de rivaroxabana e aspirina sugere que estes tratamentos não devem ser usados para o tratamento de pacientes internados com covid-19, compatíveis com resultados anteriormente notados.

Mensagens práticas 

  • A covid-19 ainda continua fazendo vítimas pelo mundo, em menor escala devido aos avanços da vacinação.
  • Terapias de maior acessibilidade devem ser avaliadas, sobretudo em países de baixo acesso a vacina e que ainda apresentam altas taxas de morbidade pela doença.
  • Diversos estudos sugerem contra o uso de colchicina e terapias anticoagulantes em casos internados pela covid-19.
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Referências bibliográficas

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