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Infectologia4 setembro 2017

Alerta! Mortalidade por sepse no Brasil chega a 50% dos casos

A sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. Suas manifestações clínicas incluem aquelas associadas ao foco infeccioso em questão. 

Por Juliana Festa

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A sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. Suas manifestações clínicas incluem aquelas associadas ao foco infeccioso em questão. É uma das condições mais frequentes mundialmente para a qual é necessário cuidados de unidades de terapia intensiva (UTI). No entanto, não há uma estimativa de incidência de sepse em países de baixa e média renda.

Recentemente, foi publicado no The Lancet um estudo conduzido em brasileiros que mostrou uma alta incidência e prevalência de sepse e mortalidade associada em uma amostra de pacientes hospitalizados em UTI.

Em 27 de fevereiro de 2014, 227 (72%) de 317 UTI forneceram dados de 2.632 pacientes, dos quais 794 apresentaram sepse (30,2 pacientes sépticos por cada 100 leitos de UTI; intervalo de confiança [IC] de 95%: 28,4 a 31,9).

A incidência de sepse na UTI foi de 36,3 por 1.000 paciente-dias (IC 95%: 29,8 a 44,0) e a mortalidade foi observada em 439 (55,7%) de 788 pacientes (IC 95%: 52,2 a 59,2). A baixa disponibilidade de recursos (p=0,045) e a adequação do tratamento (p=0,006) foram associadas independentemente com a mortalidade.

A taxa de incidência projetada é de 290 por 100.00 habitantes (IC 95%: 237,9 a 351,2) de casos com sepse tratados em UTI por ano, que produz cerca de 420 mil casos por ano, dos quais 230.000 evoluem ao óbito no hospital.

A incidência, prevalência e mortalidade da sepse tratada na UTI é alta no Brasil. O resultado varia consideravelmente e está associado ao acesso adequado aos recursos e tratamento. Os resultados do estudo mostraram o ônus da sepse em ambientes de recursos limitados, destacando a necessidade de estabelecer programas que visem a sua prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Revisado por:

Referências:

  • Machado FR, Cavalcanti AB, Bozza FA, Ferreira EM, Angotti Carrara FS et al. The epidemiology of sepsis in Brazilian intensive care units (the Sepsis PREvalence Assessment Database, SPREAD): an observational study. Lancet Infect Dis. 2017 Aug 17. pii: S1473-3099(17)30322-5. doi: 10.1016/S1473-3099(17)30322-5.

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