A gravidez e o período puerperal são momentos críticos para eventos tromboembólicos na vida da mulher. Os abortos recorrentes, as trombofilias e outras anomalias ligadas a eventos trombóticos podem ser fatores de infertilidade que podem e devem ser adequadamente tratados.
Os guidelines sugerem o uso de enoxaparina para tratamento e profilaxia dessas patologias, uma vez que os anticoagulantes orais tem contraindicação ao seu uso durante a gravidez.
Uso de enoxaparina
Uma revisão sistemática recente (janeiro de 2020) fez uma análise na literatura da segurança e efeitos colaterais non uso de enoxaparina antenatal e durante a gravidez e puerpério. O uso durante a gravidez ainda temos poucos estudos de coorte que acompanhem durante toda a gestação pesquisando efeitos colaterais, resultados perinatais e eficácia de prevenção.
Essa metanálise foi buscar exatamente esses pontos:
- Seguimento por 40 semanas;
- Trials e não estudos observacionais;
- Eventos pesquisados: sangramentos, perdas fetais, mal formações, trombocitopenia e tromboembolismo. Pacientes com válvulas mecânicas foram excluídas.
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A partir de um total de 485 estudos, 24 eleitos para análise comparando:
- Enoxaparina isolada;
- Enoxaparina com aspirina;
- Aspirina isolada;
- Placebo/pacientes controle.
Resultados
Em termos de segurança enoxaparina leva vantagem em relação aos outros grupos principalmente quando a indicação é tratamento de abroto de repetição. Ainda garante menos efeitos colaterais como sangramentos inesperados sendo comparável à aspirina.
Os vários estudos mostraram que a segurança das heparinas de muito baixo peso molecular são confirmadas, mas ainda mais estudos de farmacovigilância específicos para a enoxaparina são necessários para reconfirmar o que foi visto neste estudo.
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Referência bibliográfica:
- Jacobson B, Rambiritch V, Paek D, et al. Safety and Efficacy of Enoxaparin in Pregnancy: A Systematic Review and Meta-Analysis. Adv Ther. 2020;37(1):27–40. doi:10.1007/s12325-019-01124-z
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