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Ginecologia e Obstetrícia6 janeiro 2023

Resultados em pacientes submetidas a histerectomia com e sem anexectomia

Estudo analisou e comparou os desfechos e taxas de reoperação de histerectomia em pacientes que realizaram a cirurgia com e sem anexectomia.

A histerectomia é uma opção para o tratamento de endometriose na paciente com a prole formada, afinal, diminui o risco de recidiva da doença, podendo ser realizado com anexectomia, dependendo da paciente, com o objetivo de reduzir ainda mais a chance de endometriose. Contudo, ainda temos poucos estudos mostrando seus resultados pós-operatórios. Pensando nisso, trouxe um artigo para discussão que aborda esse tema.

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Resultados em pacientes submetidas a histerectomia com e sem anexectomia

Análise recente

Em janeiro de 2023 foi publicado um estudo de coorte retrospectivo no American Journal of Obstetrics and Gynecology, com o objetivo de comparar a taxa e os tipos de reoperações (resultado primário) e uso de outros serviços de saúde relacionados à dor (desfechos secundários) entre pessoas submetidas a histerectomia com conservação de ambos os ovários, àquelas submetidas a histerectomia com salpingo-ooforectomia unilateral, e aquelas que foram submetidas a histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral.

De acordo com os autores, as taxas de reoperação foram baixas em todos os grupos, com 89,5% de todos os pacientes permanecendo livres de reoperação até o final do acompanhamento (mediana de 10 anos). Pacientes submetidas apenas a histerectomia tiveram maior probabilidade de passar por pelo menos 1 reoperação quando comparadas àquelas submetidas a histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral (13% vs 5%; P < 0,0001), mais comumente ooforectomia ou lise de aderências. Quando a ooforectomia como reoperação foi removida em uma análise de sensibilidade, essa diferença foi parcialmente atenuada (6% do grupo histerectomia isolada versus 3% do grupo histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral submetida a pelo menos 1 reoperação). Todos os grupos foram muito semelhantes em termos de taxas de consultas médicas para endometriose ou dor pélvica e o número de dias de prescrição de opioides. Além disso, a taxa de uso de medicamentos de supressão hormonal foi semelhante entre os grupos, enquanto a taxa de prescrições de terapia de reposição hormonal após histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral foi de 60,6% das pacientes que preencheram pelo menos uma prescrição em 3 a 12 meses após o índice cirurgia.

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Conclusão

Pacientes submetidas a histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral tiveram menor taxa de reoperação do que aquelas submetidas a histerectomia com conservação de um ou ambos os ovários. No entanto, houve pouca diferença entre os grupos para os desfechos secundários medidos, incluindo consultas médicas para endometriose e dor pélvica, uso de opioides e uso de medicamentos de supressão hormonal, sugerindo que a dor pélvica persistente após a histerectomia para endometriose pode não diferir substancialmente com base na conservação ovariana. Sendo assim, acredito que a decisão de realizar anexectomia uni ou bilateral deve ser realizada com cautela, individualmente, dependendo de idade, comorbidade e grau da endometriose, devendo a paciente participar dessa decisão, estando muito bem informada das consequências que esse procedimento cirúrgico pode causar.

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Referências bibliográficas

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