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Ginecologia e Obstetrícia25 outubro 2022

Hiperplasia endometrial como fator de risco para câncer de endométrio

Um artigo na revista Gynecologic Oncology resumiu a base de evidências sobre fatores de risco e manejo da hiperplasia endometrial.

Nos países industrializados, o câncer de endométrio (CE) representa a malignidade mais comum do trato reprodutivo feminino. Segundo a FEBRASGO, a incidência deste câncer vem crescendo nos últimos anos em países em desenvolvimento, como o Brasil. E com o aumento da expectativa de vida da população feminina, aumentou o grupo de risco para carcinoma do endométrio, formado por mulheres na pós-menopausa. A lesão precursora do adenocarcinoma endometrioide do endométrio, que compreende a maioria dos CEs, é a hiperplasia endometrial (HE).  

A HE é uma proliferação anormal e não invasiva do revestimento endometrial do útero e é associada a um risco significativo de CE ou progressão para EC. Os principais sintomas da HE são distúrbios hemorrágicos em mulheres na pré-menopausa e sangramento em mulheres na pós-menopausa. O mais importante fator de risco é a exposição crônica ao estrogênio sem oposição. 

Em 2022 foi publicado um artigo na revista Gynecologic Oncology com objetivo de resumir a base de evidências sobre fatores de risco e manejo da hiperplasia endometrial.  

câncer de endométrio

Métodos 

Os autores pesquisaram as seguintes bases de dados: PubMed e registros na Cochrane Controlled Trials. Além disso, realizaram uma busca sistemática na literatura das bases de dados PubMed e Cochrane Controlled Trials para estudos que analisaram a eficácia do tratamento com progesterona em mulheres com HE. 

Histopatologicamente, a HE pode ser classificada em hiperplasia endometrial sem atipia (HE benigno) e HE atípico/neoplasia intraepitelial endometrial (NIE). Faixas de manejo clínico desde a vigilância ou terapia com progesterona até a histerectomia, dependendo do risco de progressão para ou concomitante CE e o desejo da paciente de preservar a fertilidade. Múltiplos estudos apoiam a eficácia das progesteronas no tratamento de doenças benignas e HE atípico.  

Resultados 

De acordo com os autores, os dados disponíveis de estudos individuais e as metanálises mostram claramente que as progesteronas, são um tratamento seguro e muito eficaz em pacientes com hiperplasia endometrial sem atipias. Nessas pacientes, as progesteronas orais atingem taxas de regressão de cerca de 85% e o DIU-LNG atinge taxas de regressão de até 100%. Em contraste, a eficácia de progesteronas é significativamente menor em pacientes com HE atípica ou CE G1. Nessas pacientes, as taxas de regressão estão entre 70 e 85% e as taxas de recorrência são altas próximas de 40%.

Leia também: O que é adenomiose uterina?

Conclusões 

O tratamento com o DIU-LNG parece ser mais eficaz do que as progesteronas orais em pacientes com HE atípica ou CE G1. Além disso, é notavelmente relevante que o tratamento endócrino de doenças atípicas carrega um risco clinicamente relevante de mortalidade, que pode ser estimado como 1 em 200. Portanto, pacientes com HE atípico ou CE G1 tentando tratamento com progesteronas devem estar cientes das baixas taxas de nascidos vivos, do alto risco de recorrência e da mortalidade associada a esse tipo de tratamento.  

Mensagem prática

Portanto, segundo os pesquisadores, o padrão de assistência para pacientes com hiperplasia endometrial ou CE G1 permanece histerectomia total.

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Referências bibliográficas

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