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Ginecologia e Obstetrícia28 outubro 2022

Previsão de torção anexial: ao que o profissional deve ficar atento?

A torção anexial é comum nas mulheres durante sua idade fértil, contudo seu diagnóstico ainda é desafiador.

A dificuldade do diagnóstico da torção anexial pode levar a procedimentos cirúrgicos desnecessários ou atrasar um procedimento necessário. O desafio do diagnóstico ocorre devido aos sintomas, características ultrassonográficas e achados laboratoriais serem inespecíficos.

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O valor da combinação de características clínicas, ultrassonográficas e laboratoriais não está bem estabelecido na literatura atual, e a controvérsia continua em relação ao seu valor no diagnóstico. Em outubro de 2022 foi publicado um artigo na Obstetrics and Gynecology Research com o objetivo de revisar as características ultrassonográficas, clínicas e laboratoriais, além de analisar seu valor separadamente e em combinação, no manejo e diagnóstico das torções anexiais.

Previsão de torção anexial ao que o profissional deve ficar atento

Métodos do estudo sobre torção anexial

Os pesquisadores selecionaram 278 mulheres submetidas a cirurgia laparoscópica de urgência por suspeita de torção anexial, conforme suspeita clínica, com ou sem concordância ultrassonográfica. Os achados da laparoscopia confirmaram o diagnóstico definitivo de torção e as características clínicas, laboratoriais e ultrassonográficas foram comparadas entre aqueles com e sem torção anexial.

Resultados

Segundo os autores, a torção anexial foi confirmada em 110/278 (39,6%) mulheres. E esse foram os resultados obtidos por eles:

  • No grupo com torção comparado ao grupo sem torção, as proporções foram maiores de mulheres com dor abdominal aguda nas últimas 24 h ([50] 45,5% vs. [35] 20,8%, p < 0,001), com vômitos ([45] 40,9% vs. [24] 14,3%, p < 0,001) e com suspeita de torção por ultrassonografia transvaginal ([49] 44,5% vs. [23] 13,7%, p < 0,001).
  • Houve uma alta relação neutrófilos/linfócitos (>3), identificada em 65 (59,1%) do grupo de estudo e 60 (35,7%) do grupo controle (p< 0,001).
  • Combinando os três últimos achados, a probabilidade prevista de torção foi de 58% a 85%, dependendo das combinações.

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Conclusão

De acordo com os resultados obtidos pelos autores, um modelo preditivo simples baseado em combinações de achados clínicos, laboratoriais e ultrassonográficos podem contribuir para o diagnóstico pré-operatório de torção anexial, com probabilidade prevista de 85%.

Considerações e mensagem prática sobre torção anexial

Apesar de ser um artigo recente, acredito que essa combinação de exame clínico, exames laboratoriais e exames de imagem já seja feito no Brasil e no mundo há algum tempo. Contudo, é importante verificarmos que os nossos protocolos condizem com as evidências científicas, para podermos manter esse padrão de atendimento.

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Referências bibliográficas

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