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Ginecologia e Obstetrícia11 maio 2023

Ponto de coorte da translucência nucal no ultrassom de primeiro trimestre

A translucência nucal (TN) é uma coleção de fluído subcutâneo, presente na região dorsal do pescoço de fetos no primeiro trimestre.

Estudo multicêntrico e italiano foi recentemente publicado no International Journal of Obstetrics and Gynecology, cujo objetivo foi analisar os desfechos perinatais de fetos com translucência nucal entre o percentil 95 e 99 para a idade gestacional durante o ultrassom morfológico de primeiro trimestre.

A avaliação e mensuração da translucência nucal (TN), possibilita analisar o risco de malformações, cromossomopatias e síndromes genéticas. Diante de um risco aumentado, permite oferecer ao casal aconselhamento genético, avaliações ultrassonográficas específicas e pesquisa genética ou cromossômica.

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O ponto de corte da medida do TN apresenta algumas variações entre os protocolos internacionais, mas situam-se em medidas acima de 3,0 ou 3,5 mm ou ainda acima do percentil 99. O estudo em questão avaliou se medidas entre o percentil 95 e 99 também estão associadas a desfechos desfavoráveis e justificariam condutas posteriores.

Ponto de coorte da transluscência nucal no ultrassom de primeiro trimestre

Metodologia

Trata-se de um estudo observacional e multicêntrico que envolveu todos os casos de mensuração de TN entre os percentis 95 e 99, de janeiro de 2015 a dezembro de 2020. Foram considerados desfechos desfavoráveis: aborto, óbito fetal, síndromes genéticas, anormalidades cromossômicas, mal formações maiores e atraso do desenvolvimento neurológico. Os desfechos desses fetos/neonatos foram comparados com a população geral.

Principais resultados

Durante o estudo, 667 fetos apresentaram critérios de inclusão (TN entre os percentis 95 e 99), de um total de 12.250 exames ultrassonográficos.

A taxa de desfecho desfavorável foi de 25,44% (167 de 667). Foram relatados 0,9% casos de aborto/óbito fetal, 13,49% de síndromes genéticas/anormalidades cromossômicas, 8,55% de malformações maiores e 1,95% casos de atrasos neurológicos.

A incidência de síndromes genéticas/anormalidades cromossômicas e malformações maiores foi significativamente maior que a população geral (OR 6,99 (IC 95% 4,33–11,28), P< 0.001 e OR 17,77 (IC 95%7,22–43,75), P < 0,001 respectivamente). Os demais desfechos apresentaram incidência semelhante.

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Conclusões

Fetos com TN entre o percentil 95 e 99 de acordo com a idade gestacional tem um risco aumentado de desfechos desfavoráveis, mais especificamente em relação a mal formações a alterações genéticas/cromossômicas. Esses achados justificariam oferecer ao casal investigações futuras diante do achado de TN acima do p95 no primeiro trimestre.

Autoria

Foto de Ênio Luis Damaso

Ênio Luis Damaso

Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Universidade Nove de Julho de Bauru (UNINOVE).

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Referências bibliográficas

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