Um estudo desenvolvido em um Hospital Universitário chinês foi recentemente publicado no periódico International Journal of Obstetrics and Gynecology. Seu objetivo foi avaliar se a administração precoce de profilaxia antibiótica após rotura prematura de membranas (RPM) a termo diminuiria a incidência de infecções maternas e neonatais.
Leia também: Prevenção de hemorragia pós-parto em partos vaginais
Métodos
Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, comparando mulheres com RPM a termo que iniciaram profilaxia antibiótica dentro ou após seis horas e, dentro ou após 12 horas da rotura até o parto, avaliadas no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2021.
Mulheres com RPM a termo que receberam cefalosporina e sem contraindicações para parto vaginal e que não apresentaram infecção confirmada ou suspeita foram incluídas no estudo. Como parte do protocolo local, após RPM, é realizada profilaxia antibiótica com cefalosporinas, como cefoxitina (2 g a cada oito horas) e ceftiamidina (2 g a cada oito horas), devido à prevalência de Escherichia coli como principal patógeno.
Lembramos que essa conduta não é rotineira nos principais protocolos brasileiros.
O desfecho primário do estudo foi infecção puerperal, que se refere à infecção do trato reprodutivo ocorrida até 42 dias após o parto.
Resultados
Foram incluídas 5.353 mulheres com RPM a termo, incluindo 4.331 com uso de antibiótico dentro de 6 horas, 1.022 após 6 horas, 5.077 dentro de 12 horas e 276 após 12 horas.
Não foi observada diferença significativa nas características basais dos grupos. Não houve diferença estatística entre o uso de antibióticos dentro de 6 horas e após 6 horas, ou dentro de 12 horas e após 12 horas, na infecção puerperal (4,6% vs. 4,3%, P= 0,826; 2,9% vs. 4,6%, P= 0,471, respectivamente), infecção materna total, sepse neonatal e infecção neonatal total.
Saiba mais: Associação entre antibioticoprofilaxia intraparto para EGB e corioamnionite
Conclusão e mensagem prática
Este estudo mostrou que não houve diferença estatística na eficácia e economia da profilaxia antibiótica usada dentro de seis a 12 horas após a ruptura das membranas versus após seis a 12 horas em mulheres com RPM a termo.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.